"Pedi aos meus representantes que parassem de negociar até depois das eleições", escreveu na rede social Twitter, acusando a líder democrata Nancy Pelosi de não negociar "de boa fé".
"Assim que eu ganhar, votaremos num grande plano de ajuda que se concentrará nos trabalhadores e pequenas empresas americanas", acrescentou, adiando as negociações para depois da eleição presidencial agendada para 03 de novembro.
A decisão teve impacto imediato em Wall Street, com muitos economistas e especialistas a alertarem já para a ausência de um novo impulso governamental poder desacelerar a recuperação económica.
O possível desaceleramento significa que muitos norte-americanos, incluindo aqueles que estão desempregados, de comunidades locais e empresas como hotéis, companhias aéreas, bares e restaurantes vão enfrentar dificuldades financeiras nas próximas semanas.
O candidato democrata da Casa Branca Joe Biden acusou Donald Trump de lhes ter "virado as costas".
"Não se engane: se não tem um emprego, se a sua empresa está fechada, se a escola do seu filho está encerrada, se vê despedimentos à sua volta, Donald Trump decidiu hoje que nada disso, absolutamente nada, lhe importa", disse Biden, em comunicado.
Alguns setores muito afetados, como o turismo e o transporte aéreo, já anunciaram demissões em massa: 32 mil pessoas para as companhias aéreas American e United, ou 28 mil nos parques temáticos da Disney.
A organização que representa o setor de aviação, Airlines for America, disse "estar dececionada" com a incapacidade dos políticos de chegarem a um acordo sobre um texto que "teria salvado dezenas de milhares de empregos altamente qualificados".
Durante a noite, contudo, Trump pediu aos parlamentares que concordassem com medidas mais limitadas.
Por um lado, instou senadores e membros na Câmara de Representantes a "aprovarem imediatamente" uma ajuda de 25 mil milhões de dólares (21,3 mil milhões de euros) para companhias aéreas e um plano de 135 mil milhões de dólares (115,1 mil milhões de euros) para pequenas empresas.
Esses dois programas "serão financiados com fundos não utilizados" do primeiro grande plano de ajuda, publicou o governante no Twitter.
Donald Trump também garantiu que apoiaria de imediato qualquer lei que os parlamentares lhe enviassem e que contemplasse um cheque de 1.200 dólares (mil euros) para as famílias norte-americanas.
O governo Trump e os democratas eleitos no Congresso começaram há mais de dois meses a negociar uma nova ajuda para os 12,6 milhões de norte-americanos desempregados e para as famílias de baixo rendimento, bem como para empresas devastadas pelo impacto económico causado pela pandemia, após em março ter sido aprovado um gigantesco plano de apoio de 2,2 biliões de dólares (1,8 biliões de euros) em final de março, cujas medidas estão a expirar gradualmente.