"Quase uma ou duas vezes por semana temos perseguições a pessoas que acabaram de roubar um veículo ou uma loja comercial", disse hoje à EFE o comandante Carlos Diego Castro, chefe da Unidade Aérea da polícia de Nezahualcóyotl, cidade vizinha da capital mexicana.
O município adquiriu este helicóptero leve em 2004, para combater a alta incidência de crimes nas periferias da capital, mas agora está também a ser utilizado para prevenir aglomerados no âmbito da pandemia da covid-19.
Durante os primeiros meses da pandemia, que soma mais de 800.000 infeções e 83.000 mortes no México, com especial concentração na área metropolitana da capital, o megafone Coyote I mandou um recado à população: "Fiquem em casa".
"Focámo-nos principalmente nas áreas comerciais, onde as pessoas se aglomeravam para fazer as suas compras", afirmou Carlos Diego Castro.
O Coyote I pode ainda atender emergências médicas e fazer resgates de pessoas, sendo as únicas operações em que costuma pousar no meio da cidade.
"O mais satisfatório que temos são os doentes transportados. Quando transferimos pessoas, principalmente crianças, é satisfatório porque são situações graves, minutos de tensão para definir vida ou morte", confessa Castro.
O Coyote I sobrevoa a cidade de mais de oito milhões de habitantes (numa área metropolitana que ultrapassa os 20 milhões), todos os dias, durante duas ou três horas, em voos divididos entre manhã, tarde e noite, quando há "o maior problema do crime", diz o piloto.
As patrulhas aéreas dão uma atenção especial aos grandes mercados de rua da cidade (conhecidos como tianguis), 'shoppings' e bancos "para evitar roubos".
Sobrevoam também as principais avenidas da cidade e os 30 hectares do gigantesco aterro a céu aberto Neza III, que recebe diariamente mil toneladas de lixo e centenas de catadores.