Boris Johnson determinado em evitar segundo confinamento nacional 

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje esperar evitar um segundo confinamento nacional para travar a pandemia de covid-19 como aquele que esteve em vigor no início do ano. 

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Lusa
12/10/2020 20:23 ‧ 12/10/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"Eu espero muito que não tenhamos de voltar a um novo confinamento nacional como em março e abril. Com o pacote de medidas que temos, se forem devidamente implementadas e cumpridas, podemos reduzir o índice de infeção", afirmou, numa conferência de imprensa. 

O chefe do executivo reconheceu necessitar do "apoio popular" e disse ser essencial que as regras básicas de distanciamento social e isolamento sejam respeitadas "se queremos sair disto e permitir às pessoas passarem um Natal normal".

Boris Johnson anunciou hoje o reforço de restrições na zona de Liverpool, com o encerramento de 'pubs', bares, ginásios e outros espaços de lazer, mantendo-se apenas em funcionamento estabelecimentos do setor da restauração que sirvam refeições, com as quais podem ser vendidas bebidas alcoólicas.

A cidade será a primeira a ser colocada no grau mais grave de um novo sistema de três níveis de restrições para Inglaterra de acordo com o valor das infeções que deverá entrar em vigor na quinta-feira, após ser votado no parlamento. 

Os números mais recentes sugerem que Liverpool, cidade com cerca de 1,5 milhões de habitantes, tem quase 600 casos de coronavírus por 100 mil habitantes, enquanto que a média em Inglaterra é de 74 casos por 100 mil habitantes.

"Eu sei que isto é difícil", admitiu no parlamento Boris Johnson, que pediu a colaboração dos autarcas locais para aplicarem estas medidas "difíceis, mas necessárias" em troca de apoio para meios de fiscalização e reforço dos sistemas locais de teste e rastreamento.

Para além de pretender simplificar a panóplia de restrições aplicadas em diferentes regiões para travar surtos locais, o sistema desenhado pelo governo pretende evitar um novo confinamento nacional. 

Mas o líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, manifestou-se "profundamente cético" sobre se as novas medidas serão eficazes e suficientes para recuperar a confiança das empresas e comunidades locais e disse que ia analisar o detalhe antes de decidir o sentido de voto na quarta-feira. 

"Tentámos dar ao primeiro-ministro o benefício da dúvida, mas cada vez mais parece que o primeiro-ministro está vários passos atrás da curva e a correr para apanhar um vírus do qual perdeu o controlo há muito tempo", criticou no parlamento, após a declaração de Boris Johnson esta tarde.

A possibilidade de serem impostas restrições mais apertadas foi recebida com hostilidade por autarcas do norte da Inglaterra e alguns ameaçaram desafiar as ordens do governo.

"Devemos deixar claro que ainda não chegámos a um acordo sobre o pacote mais amplo de apoio económico de que necessitamos", disseram hoje os representantes locais de Liverpool, preocupados com a redução no rendimento para trabalhadores menos qualificados. 

Na sexta-feira, o governo anunciou novas medidas para manter postos de trabalho, destinadas a empresas que sejam forçadas a interromper atividade por causa de restrições relacionadas com a pandemia.

Estas empresas vão receber até 3.000 libras (cerca de 3.310 euros) por mês para cobrir despesas fixas e o governo aceitou pagar até 67% do salário normal dos funcionários.

O Reino Unido registou 13.972 novas infeções e 50 mortes de covid-19 nas últimas 24 horas, somando desde o início da pandemia covid-19 617.688 casos de infeção e 42.875 óbitos confirmados.  

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