Russomanno, que lidera as sondagens de intenção de voto em São Paulo para as eleições municipais de novembro, afirmou que os casos de covid-19 têm sido "pontuais" entre os sem-abrigo e os toxicodependentes residentes na região da Cracolândia, um dos principais pontos de consumo de droga da América do Sul.
"Talvez eles sejam mais resistentes do que nós, porque eles convivem o tempo todo nas ruas, não têm como tomar banho todos os dias", afirmou o candidato num encontro na Associação Comercial de São Paulo, citado pelo portal de notícias G1.
Russomanno, a concorrer pelo conservador Partido Republicano, também criticou as quarentenas impostas pela Prefeitura de São Paulo em conjunto com o governo estadual, frisando que, após os primeiros trinta dias, o isolamento deveria ter sido "vertical", para evitar o encerramento de negócios e a destruição de empregos.
"Agora vamos ter que consertar isso e não vai ser fácil", acrescentou o candidato.
Essa visão da pandemia também é defendida pelo Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, com quem Russomanno compartilha uma parte da sua agenda política, principalmente no que diz respeito à segurança pública.
Apesar da amizade entre os dois, Bolsonaro alertou que não apoiará formalmente nenhum candidato, pelo menos durante a primeira volta das eleições municipais, marcadas para 15 de novembro.
O chefe de Estado abandonou o Partido Social Liberal (PSL) no ano passado e fundou o Aliança pelo Brasil, partido no qual quer agrupar todos os seus seguidores, mas cuja criação avança lentamente, e não estará presente no sufrágio municipal, que foi adiado de outubro para novembro devido à pandemia do novo coronavírus.
Russomanno lidera as sondagens para a prefeitura de São Paulo, com 27% das intenções de voto, face a 21% no caso do atual prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB, centro-direita).
Em terceiro lugar está Guilherme Boulos, candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e que conquistou um espaço importante no campo da esquerda, inclusive à frente de Jilmar Tatto, do Partido dos Trabalhadores (PT) do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 5,1 milhões de casos e 150.998 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e um mil mortos e mais de 37,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.