O 'mayor' disse que ainda decorrem conversas com o Governo sobre os pormenores, mas a imprensa britânica adiantou que o ministro da Saúde, Matt Hancock, deverá fazer o anúncio oficial ainda esta manhã.
Khan, que tem vindo a pedir mais restrições para a capital britânica há várias semanas, justificou que esta decisão é baseada na recomendação de especialistas para tentar salvar vidas, tendo em conta o crescente número de casos de infeção e hospitalizações.
"Ninguém quer mais restrições, mas isto é considerado necessário para proteger os londrinos", vincou, numa declaração na assembleia municipal.
A medida deverá afetar quase nove milhões de habitantes na cidade de Londres, que vai passar para o segundo nível numa escala de três do novo sistema de restrições, o qual proíbe a socialização entre pessoas que não façam parte do mesmo agregado familiar em espaços fechados, seja em casa ou locais públicos.
O nível de alerta mais alto, que por enquanto se aplica apenas a Liverpool, mas que o Governo quer alargar a Manchester e Lancashire, também obriga ao encerramento de 'pubs' e bares que não sirvam refeições e recomenda às pessoas não entrarem ou saírem dessas áreas com maiores restrições.
Sadiq Khan reiterou ainda ser favorável a um confinamento nacional de duas a três semanas para reduzir o índice de transmissão do vírus e a pressão nos serviços de saúde.
"A verdade é que a crise sanitária e a crise económica estão intimamente ligadas e é por isso que ter o coronavirus sob controlo vai proteger tanto vidas como a economia", defendeu.
A maior parte da Inglaterra encontra-se no nível mais baixo desta escala de restrições, que proíbe ajuntamentos com mais de seis pessoas e o encerramento de bares e restaurantes às 22:00.
Os maiores surtos de infeções estão a ser registados no norte e centro do país, enquanto outras regiões do Reino Unido, nomeadamente Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, têm diferentes tipos de regras e restrições em vigor.
A Irlanda do Norte anunciou um confinamento temporário na quarta-feira, incluindo o encerramento de escolas durante duas semanas a partir de segunda-feira, enquanto que, a partir já de sexta-feira, bares e restaurantes só poderão servir para fora.
Na Escócia, os bares e restaurantes das áreas de Glasgow e Edimburgo estão fechados até 25 de outubro, e o chefe do governo autónomo do País de Gales, Mark Drakeford, disse hoje estar a ponderar "muito seriamente" um confinamento temporário.
O Reino Unido é o país europeu e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México, com o maior número de mortes de covid-19, tendo contabilizado 43.155 confirmadas por teste e 57.690 quando incluídos os casos suspeitos cujas certidões de óbito fazem referência ao novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2.117 pessoas dos 91.193 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.