O pai do opositor político, Leopoldo López Gil, que desde maio de 2019 é deputado no Parlamento Europeu pelo Partido Popular espanhol, avançou, no sábado, que Leopoldo López estava fora da Venezuela e que "em breve" chegaria a Espanha, onde reside a sua família.
"Venezuelanos, esta decisão não foi fácil, mas tenham a certeza de que têm este servidor para lutar de qualquer espaço. Não vamos descansar e continuaremos a trabalhar dia e noite para conseguir a liberdade que todos os venezuelanos merecem", escreveu Leopoldo López na rede social Twitter.
"Como sempre, desde as ruas com o povo, ou numa prisão militar, de um tribunal injusto ou perseguidos numa embaixada, todo o nosso tempo e energia serão para ser úteis ao povo venezuelano na conquista da sua liberdade", acrescentou o opositor político.
Apesar das publicações na rede social, as dúvidas aumentaram quando, durante a noite, membros do Serviço de Inteligência Boliviano (Sebin) revistaram um prédio residencial onde vivem diplomatas e forças de segurança espanholas, aparentemente à procura de Leopoldo López, segundo algumas pessoas que presenciaram a operação.
Na sexta-feira, Leopoldo López deixou a Embaixada de Espanha em Caracas, onde se encontrava refugiado desde 30 de abril de 2019, depois de participar numa frustrada tentativa de golpe de Estado com o presidente do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, contra o Governo do Presidente Nicolas Maduro.
Também na sexta-feira, a oposição venezuelana congratulou-se com o sucesso da operação que tirou o político do país, dizendo que o opositor continuará a lutar pela liberdade da Venezuela e que está comprometido com as forças democráticas, políticas e sociais venezuelanas.
No documento, a oposição agradeceu ainda a "contribuição histórica do Governo de Espanha e do seu embaixador em Caracas, Jesús Silva, como garantes da integridade física de Leopoldo López durante os meses em que esteve como hóspede na sua sede diplomática em Caracas".
Político e economista, Leopoldo Eduardo López Mendoza, 49 anos, é coordenador do partido opositor venezuelano Vontade Popular (o mesmo de Juan Guaidó).
Antes de se refugiar na embaixada, Leopoldo López fugiu da sua casa, onde permanecia em prisão domiciliária, e apareceu publicamente em Altamira (leste de Caracas) junto ao líder opositor Juan Guaidó e vários militares, apelando, sem sucesso, à população para sair às ruas a derrubar o Governo venezuelano.
Em 18 de fevereiro de 2014, Leopoldo López, entregou-se às autoridades venezuelanas, depois de um tribunal de Caracas ordenar a sua prisão por alegadamente instigar à violência, por ser uma das pessoas que convocaram uma manifestação que terminou com três mortos e dezenas de feridos seis dias antes.
López foi para uma prisão militar, acusado por instigação pública, associação criminosa, danos à propriedade e incêndio, e acabou condenado em setembro de 2015 a quase 14 anos de prisão, que cumpria em domiciliária.