Os 140.000 profissionais do setor público foram convocados pela Confederação Estatal dos Sindicatos Médicos (CESM), que pediu para que a greve tivesse lugar interferindo "o menos possível" na assistência sanitária que está particularmente sobrecarregada pelos doentes de covid-19.
Responsáveis do sindicato citados pela agência Efe queixaram-se que o sistema de saúde pública espanhol tem sido "sobrecarregado" durante décadas pela falta de investimento e pelo "contínuo mau tratamento" dos profissionais, que têm sido mantidos "numa posição precária", algo que "os pacientes também têm sofrido", uma vez que os médicos têm pouco tempo para os atender.
A pandemia "pôs a descoberto todas as deficiências de um sistema, que estava a ser mantido pelo esforço de profissionais, mas o esforço já não é suficiente, por muito que nos queiramos multiplicar", disse à Efe um responsável do CESM.
Vários médicos concentraram-se hoje em frente ao parlamento espanhol, tendo manifestado a sua indignação contra o que chamaram o "decreto da infâmia" que permite a contratação de licenciados sem especialidade, o que, segundo eles, para além de atacar o sistema nacional de saúde, não resolve a falta de meios e a precariedade que estes sofrem.
O CESM estimou em 85% a adesão à greve que considerou ter sido "um sucesso".
Em Espanha, o setor da saúde está descentralizado e são as 17 comunidades e as duas cidades autónomas que têm competências nesta área.
O Governo regional de Madrid estima em 7,65% a adesão da greve na região, enquanto o executivo autonómico de Castela e Leão calcula terem sido 10,4%, a Cantábria entre 14,71% e 16,53% e a Galiza 5,5%, segundo fontes regionais consultadas pela Efe.