Okonjo-Iweala foi proposta para assumir a liderança da OMC após terem terminado as consultas entre os 164 Estados-membros e de ter sido a candidata com mais apoios, quando disputava o cargo com a ministra do Comércio da Coreia do Sul, Yoo Myung-hee.
"Uma delegação não apoiou a candidatura de Okonjo-Iweala e disse que vai continuar a apoiar a candidata da Coreia do Sul. Essa delegação foi a dos Estados Unidos", anunciou o porta-voz da OMC, Keith Rockwell.
Após este bloqueio está previsto que todos os países membros se reúnam novamente no dia 09 de novembro para tomar uma decisão.
O resultado das eleições presidenciais de 03 de novembro nos Estados Unidos poderá ser determinante para este processo.
Observadores consideram que se Donald Trump for reeleito, a OMC vai entrar num período ainda mais crítico, sendo difícil prever quando estará terminado o processo de escolha do novo diretor-geral. Se houver uma mudança de liderança na Casa Branca, a nova administração entra em funções só em finais de janeiro.
A única saída seria uma votação, mas os países querem evitar essa opção.
"A grande preferência dos países é decidir por consenso e até 09 de novembro haverá consultas nesse sentido", explicou Rockwell.
A escolha do novo líder da OMC ocorre após a saída do brasileiro Roberto Azevedo, que deixou o cargo em finais de agosto, um ano antes de terminar o seu mandato, tendo sido anunciado depois que iria ocupar um cargo de dirigente numa multinacional.
O diplomata brasileiro deixou a liderança da OMC num momento crítico da organização por causa do bloqueio do seu principal mecanismo de resolução de conflitos, paralisado desde dezembro devido à recusa dos Estados Unidos em designar novos juízes.
Os Estados Unidos pedem uma reforma da organização e já ameaçaram mesmo deixá-la.