O professor, que dá aulas a crianças entre 11 e 12 anos, fez circular entre os alunos uma folha com um desenho do profeta ajoelhado com as nádegas viradas para cima, assinado pelo cartunista Coco, sugerindo aos estudantes que o não quisessem ver para virar a cabeça, segundo o DH.
A vereadora da comuna de Molenbeek, em Bruxelas, a socialista Catherine Moureaux, confirmou aos jornalistas locais que o professor da Escola 11, situada numa zona com forte implantação muçulmana, foi suspenso, mas rejeitou que a decisão tivesse razões religiosas.
"Obviamente, ele não foi suspenso por mostrar uma caricatura de Maomé, mas por mostrar obscenidades a jovens estudantes, alguns com apenas 10 anos de idade", disse Moureaux.
A decisão surge duas semanas depois de, na vizinha França, o professor Samuel Paty ter sido decapitado por um terrorista radical islâmico, nos arredores de Paris, por mostrar aos alunos uma caricatura do profeta durante uma aula sobre a liberdade de expressão.
Através das redes sociais, Georges-Louis Bouchez, presidente do partido liberal francófono belga MR - a formação que apoia a ministra dos Negócios Estrangeiros belga, Sophie Wilmés - e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, já criticaram a decisão de afastar o professor.
"Espero que esta decisão não seja correta. Se for verdade, seria simplesmente inaceitável e intolerável. A liberdade de expressão não é negociável. Estarei especialmente atento", escreveu Bouchez na sua conta de Twitter, citando a notícia do jornal DH.