O ministro do Interior austríaco, Karl Nehammer, disse à agência noticiosa do país, APA, que as autoridades já realizaram 15 buscas domiciliárias e várias pessoas foram detidas.
Segundo o Governante, o agressor abatido pela polícia era Fejzulai Kujtim, um seguidor do grupo extremista Estado Islâmico (EI) de 20 anos, com antecedentes criminais.
O homem tinha sido condenado a prisão em 25 de abril de 2019 por tentar viajar para a Síria para se juntar ao EI, mas acabou por colocado em liberdade condicional em dezembro do ano passado, escreve a AP
Kujtim e pelo menos outro atacante dispararam na segunda-feira à noite armas automáticas e semiautomáticas de forma indiscriminada contra transeuntes e clientes de bares e restaurantes em Viena, matando pelo menos quatro pessoas e ferindo outras 17.
A Alemanha já reforçou o controlo na fronteira com a Áustria após os ataques em Viena, declarou a polícia alemã.
Esses controlos de fronteira são considerados uma "prioridade tática" pela polícia federal, disse um porta-voz da polícia alemã à agência de notícias AFP.
A polícia não descarta a possibilidade de haver mais pessoas implicadas no crime.
"Não podemos excluir que haja mais agressores", apontou o responsável da Polícia de Viena, Gerhard Pürstl, em conferência de imprensa.
O ataque, o primeiro em Viena em 35 anos, começou com um tiroteio cerca das 20:00 de segunda-feira (19:00 em Lisboa) numa rua central onde fica a sinagoga principal de Viena, então fechada, próxima de uma área de bares muito frequentada.
"Estou feliz que os nossos polícias já tenham eliminado um dos autores. Nunca seremos intimidados pelo terrorismo e lutaremos contra esses ataques com todos os meios", disse o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, que classificou os atos de "ataques terroristas nojentos".
O chanceler disse serem desconhecidos os motivos dos ataques, considerando, no entanto, que motivos "antissemitas" não podem ser descartados, "pelo lugar onde o ataque começou".
Depois do ataque inicial na rua onde fica a sinagoga, os agressores deslocaram-se pelo centro da cidade, disparando sobre quem ocupava as esplanadas.
Centenas de pessoas refugiaram-se em bares e restaurantes, muito lotados devido a um novo confinamento que começa hoje, para prevenir a propagação da covid-19.
Milhares de pessoas permaneceram no interior da Ópera de Viena, ou em salas de concerto como o Konzerthaus ou o Musikverein, durante horas, até saírem sob escolta policial.
As autoridades montaram um enorme dispositivo de segurança para localizar pelo menos um terrorista que fugiu, com dezenas de agentes das forças especiais e especializadas em ações antiterroristas a participarem nos esforços de busca, que também inclui o controlo das fronteiras.
O Governo austríaco alertou que a situação de perigo ainda não passou, e pediu aos cidadãos para não saírem de casa, a não ser que seja estritamente necessário.
O último ataque em Viena ocorreu em 1985, quando o grupo palestiniano Abu Nidal matou três pessoas e feriu 39 no aeroporto da cidade.