"Em nome da Comissão Europeia, vamos agora cumprir um minuto de silêncio pelas vítimas dos recentes ataques na Áustria e em França. Mantemo-nos juntos e mais unidos do que nunca", declarou o porta-voz do executivo comunitário Eric Mamer.
Falando à imprensa durante a conferência de imprensa diária da instituição, o porta-voz deu assim início ao minuto de silêncio na instituição, que visou também homenagear as vítimas dos "ataques na universidade de Cabul", no Afeganistão.
Eric Mamer apontou que, "depois dos terríveis ataques cometidos por terroristas do Estado Islâmico, ontem [segunda-feira] em Viena, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou esta manhã com o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, endereçando as suas condolências a ele e ao povo austríaco".
"A presidente condenou veemente este ataque desprezível", acrescentou o porta-voz, vincando que "a família europeia se mantém unida para apoiar a Áustria" e para "lutar fortemente contra o terrorismo em conjunto".
Pelo menos cinco pessoas, incluindo um agressor, morreram na segunda-feira à noite num tiroteio no centro de Viena, cometido por "simpatizantes" do Estado Islâmico, que deixou também 17 pessoas feridas.
O ataque, o primeiro em Viena em 35 anos, começou com um tiroteio cerca das 20:00 de segunda-feira (19:00 em Lisboa) numa rua central onde fica a sinagoga principal de Viena, então fechada, próxima de uma área de bares muito frequentada.
Depois do ataque inicial na rua onde fica a sinagoga, os agressores deslocaram-se pelo centro da cidade, disparando sobre quem ocupava as esplanadas.
Centenas de pessoas refugiaram-se em bares e restaurantes, muito lotados devido a um novo confinamento que começa hoje, para prevenir a propagação da covid-19.
Milhares de pessoas permaneceram no interior da Ópera de Viena, ou em salas de concerto como o Konzerthaus ou o Musikverein, durante horas, até saírem sob escolta policial.
As autoridades montaram um enorme dispositivo de segurança para localizar pelo menos um terrorista que fugiu, com dezenas de agentes das forças especiais e especializadas em ações antiterroristas a participarem nos esforços de busca, que também inclui o controlo das fronteiras.
O Governo austríaco alertou que a situação de perigo ainda não passou, e pediu aos cidadãos para não saírem de casa, a não ser que seja estritamente necessário.
Este ataque surgiu dias depois de, na passada quinta-feira, três pessoas terem morrido num ataque com faca em Nice, no sudeste de França.
Nesse ataque, também classificado como terrorista, um homem e uma mulher foram mortos na basílica de Nossa Senhora da Assunção, em Nice, onde ocorreu o ataque, e uma terceira vítima, gravemente ferida, morreu num bar perto da igreja, onde se tinha refugiado.
Nice esteve enlutada em 2016 depois de um ataque que deixou 86 mortos na famosa avenida Promenade des Anglais, em 14 de julho, em pleno feriado nacional.
Nos últimos dias têm-se multiplicado reações do mundo muçulmano contra a França e o seu Presidente, depois de Emmanuel Macron ter declarado que continuaria a defender a liberdade de expressão, incluindo a publicação de caricaturas, durante uma homenagem nacional a um professor, decapitado na região parisiense depois de ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão.