Democratas devem manter Câmara dos Representantes mas com maioria escassa

As sondagens que, nas últimas semanas, davam aos democratas o controlo total do Congresso, mantendo a Câmara dos Representantes e reconquistando o Senado, parecem ter errado tanto como alguns que estimavam um golpe sem misericórdia no candidato democrata.

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Lusa
04/11/2020 13:44 ‧ 04/11/2020 por Lusa

Mundo

EUA/Eleições

Embora os resultados não sejam ainda definitivos, os republicanos enfrentam um cenário inesperado em que, com o controlo do Senado, podem continuar a apoiar a estratégia de Donald Trump para os Estados Unidos ou bloquear as iniciativas promovidas por Joe Biden, caso o democrata chegue a Presidente.

Os republicanos começaram a eleição de terça-feira com uma vantagem de 53 para 47 senadores, mas os democratas estavam de olho numa ofensiva ambiciosa, que combinou candidatos moderados em estados conservadores, governadores e uma ex-piloto da Força Aérea, todos muito bem financiados.

Os planos não saíram, no entanto, como foram desenhados. O líder dos republicanos no Congresso, Mitch McConnell, foi um dos primeiros a revalidar a sua posição, com uma vantagem confortável, seguido por Lindsey Graham, da Carolina do Sul, e de John Cornyn, do Texas.

"Tudo o que posso dizer é que isto tem sido avassalador. Nunca tinha sido tão desafiada e nunca recebi mais apoio do que esta noite", disse Lindsey Graham após saber que tinha derrotado o seu adversário democrata.

Os democratas também não conseguiram arrebatar os assentos do Senado por Montana, mesmo com o popular governador democrata Steve Bullock como candidato, ou pelo Iowa, o que torna a sua vitória final cada vez mais difícil.

Os senadores republicanos viram assim compensado o trabalho que fizeram nos últimos anos para Trump, incluindo a recente e polémica confirmação expressa de Amy Coney Barrett como nova juíza do Supremo Tribunal.

Por outro lado, os democratas conseguiram reconquistar a posição no Arizona, graças à substituição do falecido John McCain pelo antigo astronauta Mark Kelly, e ganharam ainda um assento no Colorado, com o ex-governador John Hickenlooper.

Por outro lado, perderam o assento no Alabama, que tinham conquistado há dois anos mais por causa dos deméritos do seu rival republicano, um ultraconservador acusado de assédio sexual a menores, do que por mérito próprio.

Às 05:30 de hoje (hora local, 10:30 em Lisboa), a votação indicava um empate de 47 posições para cada lado, com seis assentos ainda por atribuir, mas as hipóteses dos democratas de ganhar a maioria parecem mínimas, já que estão atrás em todos as contagens.

O que parece mais claro, de acordo com as projeções da imprensa norte-americana, é que os democratas manterão o controlo da Câmara dos Representantes e que a sua líder, Nancy Pelosi, voltará a assumir-se como a terceira autoridade do país.

De acordo com as projeções, os democratas deverão obter 190 posições e os republicanos 181.

Apesar das estimativas darem vitória aos democratas democrata, os republicanos conseguiram, até agora, arrancar seis assentos que eram progressistas.

Os democratas aspiravam a ganhar até 15 cadeiras, mas será difícil para manterem a margem atual de 232 para 197 assentos, apesar das campanhas milionárias em que estiveram envolvidos.

Pelosi ainda não reagiu aos resultados, mas antes do encerramento das urnas, afirmou que os democratas da câmara dos Representantes estavam preparados para "fortalecer ainda mais" a maioria, conseguindo "a maior, mais diversa e dinâmica maioria da história da Câmara dos Representantes e liderada por mulheres".

E foram precisamente quatro mulheres -- as representantes da chamada "Brigada", constituída pelas populares jovens congressistas Alexandria Ocasio-Cortez, Ilhan Omar, Rashida Tlaib e Ayanna Pressley -- quem menos dificuldades teve para revalidar os seus assentos democratas na Câmara dos Representantes.

Reconquistando os seus lugares com margens muito altas, estas congressistas podem agora aspirar a expandir a "Brigada" a novos membros seguidores da correntes esquerdista do senador Bernie Sanders.

Entretanto, garantir uma maioria no Senado, nas eleições dos Estados Unidos da América, será crucial para qualquer candidato que chegue à Casa Branca.

Os senadores confirmam os nomeados da administração, incluindo o Gabinete (executivo), e podem impulsionar ou empatar a agenda do Presidente norte-americano.

Com os republicanos a controlarem atualmente esta câmara (53-47) do Congresso norte-americano, três ou quatro lugares irão determinar que partido terá o domínio, dependendo de quem vencer a Presidência nas eleições de hoje, porque o vice-Presidente pode quebrar um empate.

 

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