Por volta das 10h00 (15h00 em Lisboa) uma bandeira "anti-Trump" empunhada por um manifestante assinala a revolta daqueles que pernoitaram no local, assim como de cidadãos que chegam de outros estados.
"É por motivos cívicos que estamos aqui, não somos políticos. Somos cientistas e acabamos de chegar de Nova Iorque. Este é de facto um ponto de transição para este país. As democracias têm de continuar, mas estamos a viver um momento-chave na nossa história e queremos estar aqui. Para fazermos pressão e para metermos o país na direção certa", disse à Lusa Steve M., acompanhado da mulher, ambos professores universitários identificados com a campanha do Partido Democrata nas eleições presidenciais nos Estados Unidos.
"Estamos muito apreensivos quando nos apercebemos que o nosso país está de facto a atravessar um período perigoso e com riscos para a democracia. Temos uma administração que está a pôr as pessoas umas contra as outras, promovendo o racismo e a xenofobia, estamos realmente preocupados", diz o casal indignado com as declarações sobre "fraude" proclamadas sem "justificação" pelo atual Presidente dos Estados Unidos e candidato republicano, Donald Trump.
Durante a madrugada, três pessoas foram presas entre as ruas 16 e K NW, frente aos jardins da Casa Branca.
A primeira foi detida por desacatos tendo os manifestantes de grupos antifascistas ameaçado as forças policiais cercando os agentes.
Uma hora mais tarde dois ativistas foram detidos por se encontrarem na posse de "armas perigosas", segundo a polícia.
Apesar do cerco e de terem sido empurrados pelos manifestantes os elementos do corpo de polícia presentes no local efetuaram as detenções sem usarem meios de força tendo contado com o apoio de reforços que foram enviados para as ruas situadas entre os jardins da Casa Branca e a Praça McPherson onde foi instalado um ecrã gigante de televisão.
A maior parte das pessoas que se concentraram no local, apoiantes do Partido Democrata, ativistas dos direitos humanos e membros do movimento 'Black Live Matter' acreditam na vitória de Joe Biden e encaram com indignação o discurso do chefe de Estado sobre o resultado das eleições proferido ao início da madrugada.
Hoje de manhã, os primeiros a chegar ao local onde se concentra o único ponto de manifestação da capital dos Estados Unidos demonstram receio em relação ao futuro da democracia norte-americana.
"O pior cenário é a anarquia e confrontos porque já não temos a democracia que tínhamos e a que estávamos habituados. Espero que não cheguemos ao totalitarismo e que depois dos votos contados a democracia seja restaurada e que Biden seja proclamado presidente, mas ninguém sabe o que pode acontecer, nesta altura", acrescenta Steve M que acaba de chegar da cidade de Nova Iorque para estar no local "onde as coisas podem mudar".
O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, prometeu hoje que vai lutar "sem tréguas" até que todos os votos sejam contados, apesar da "vontade" do rival, Donald Trump, em interromper a contagem dos votos.
A declaração de Biden foi transmitida através de uma mensagem difundida através das redes sociais.
O presidente dos Estados Trump disse de madrugada, na Casa Branca, que tinha sido reeleito, apesar de os votos estarem ainda por contar e acusou os democratas, liderados pela candidatura de Joe Biden, de estarem a preparar "uma grande fraude contra a nação".
Trump não apresentou uma única prova sobre a alegada fraude provocando a indignação dos cidadãos apoiantes do Partido Democrata que usam os jardins da Casa Branca para se manifestarem.
A presença policial no centro da cidade capital continua visível, sobretudo no centro, onde muitas ruas se mantêm cortadas ao trânsito automóvel.
A maior dos estabelecimentos comerciais mantêm-se encerrados.
Hoje de madrugada, Trump disse na televisão que já tinha sido reeleito, embora os votos ainda estivessem a ser escrutinados, e acusou os democratas, liderados pela candidatura de Joe Biden, de estarem a preparar "uma grande fraude contra a nação" por não ter ainda sido declarado vencedor.
O vencedor das presidenciais norte-americanas (que é escolhido por voto indireto) tem de assegurar, no mínimo, 270 dos 538 "grandes eleitores" (uma maioria simples) que compõem o Colégio Eleitoral.
As ultimas informações sobre a contagem de votos, que prossegue, davam conta de que Joe Biden contava com 224 "grandes eleitores" e Donald Trump com 213.