As margens estão a encolher em estados-chave para decidir quem será o presidente norte-americano para os próximos quatro anos. Um deles é Wisconsin, mas o mesmo se pode dizer da Pensilvânia, por exemplo. Donald Trump está desde manhã a pedir que parem de se contar votos, lançando suspeitas de fraude, uma tentativa de retirar legitimidade ao avanço que Joe Biden está a trilhar nas últimas horas nestes estados, algo que é natural no processo de contagem de votos.
O presidente norte-americano recorreu ao Twitter para criticar as mudanças nos estados da Pensilvânia, Wisconsin e Michigan. "Muito mau para o nosso país", escreve, sobre um desenrolar de eventos que é normal nas eleições norte-americanas: os votos por contar podem, muitas vezes - e em alguns estados para benefício do líder republicano -, mudar a direção de voto do estado. Trump, porém, faz acusações de que estão "a fazer desaparecer" a sua vantagem inicial de forma ilegal.
Assim como a Pensilvânia, o Wisconsin é um 'swing state' e em 2016 passou de democrata para republicano, também com um margem pequena. Neste momento, Joe Biden segue à frente com 49.4% dos votos contra 48.8% de Trump, uma vantagem muito frágil (cerca de 20 mil votos), mas com 98% dos votos contados (faltam 33 mil votos).
A campanha do presidente norte-americano quer, por isso, pedir uma nova contagem dos votos no estado do Wisconsin, citando "várias irregularidades em alguns condados" Uma nova contagem de votos, porém, dificilmente reverterá a vantagem de Biden, algo assumido até pelo antigo governador daquele estado, Scott Walker, aliado do Trump.
Por outro lado, a administradora da comissão eleitoral do Wisconsin, Meagan Wolfe, indicou durante a tarde que não existem evidências de fraude na contagem de votos e elogiou o trabalho feito pela comissão.
Com margens muito parecidas à do estado vizinho, no Michigan Biden leva vantagem de 49.6% dos votos (mais 48 mil votos), ao passo que Trump contabiliza 48.7%, quando estão 94% dos votos contados (faltam 340 mil votos). Também um estado que perdeu domínio democrata em 2016, para Donald Trump, com margem de 0,2%, pode agora mudar de 'red' para 'blue'.
Este cenário é agravado pela diminuição da vantagem de Donald Trump noutro estado crucial: a Pensilvânia. Donald Trump tem uma vantagem de 53.4% (mais 463 mil votos) contra 45.3% de Joe Biden, numa altura em que estão contados 80% dos votos (faltam 1,4 milhões de votos). Este estado tem um peso de 20 delegados no Colégio Eleitoral e foi conquistado aos democratas por Donald Trump em 2016, ainda com uma margem pequena. É um dos estados mais importantes, por haver a possibilidade de mudar a agulha e tornar-se num dos estados a mudar de 'red' para 'blue', algo que ainda só aconteceu com o Arizona.
A vantagem para Donald Trump tem diminuído à medida que são contados os votos por correio, motivo pelo qual o líder republicano insiste numa alegada ilegalidade na contagem de votos.