Numa curta declaração vídeo, David McAllister sublinhou que haverá "muitos pontos em comum" com Joe Biden e que, "no estilo", as relações entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos "irão melhorar".
"Joe Biden é alguém que defende a confiança, a fiabilidade e a previsibilidade da política americana. Joe Biden é a favor da cooperação multilateral, (...) quer fortalecer e reformar as organizações internacionais, e não enfraquece-las e destruí-las. Portanto, teremos muitos pontos em comum", sublinhou McAllister.
No entanto, o eurodeputado sublinhou que, ainda assim, as relações transatlânticas "manter-se-ão desafiantes".
"No que toca ao comércio, ou à segurança e à defesa, não iremos sempre concordar, mas penso que haverá um novo ímpeto nas relações transatlânticas", apontou McAllister.
Referindo que as relações entre os dois blocos "são cruciais" para a UE e que nenhum país no mundo, "exceto o Canadá", é tão próximo "politicamente, economicamente e culturalmente dos Estados-membros da UE" como os Estados Unidos, McAllister frisou também que, durante a presidência de Donald Trump, as relações foram submetidas "a uma prova de esforço".
"Caso Trump vença, acho que iremos ver o mesmo tipo de comportamento que temos visto desde 2017. Sabemos o que podemos esperar do Sr. Trump e também sabemos o que não podemos esperar dele", frisou o eurodeputado.
McAllister criticou ainda a atitude do atual Presidente norte-americano, Donald Trump - que pediu para parar a contagem dos votos e declarou ter ganho o escrutínio - referindo que se trata de uma atitude "sem precedentes".
"O que o Presidente americano fez não tem precedentes, não se pode privar os cidadãos americanos do direito de votar, não se pode declarar-se vencedor de uma eleição quando a contagem dos votos ainda está em andamento", afirmou McAllister.
Sublinhou ainda que "qualquer esforço para minar a integridade das eleições democráticas está a prejudicar gravemente o clima social e político", apelando à "responsabilidade de todos os intervenientes".
McAllister pediu também "paciência" até que "todos os votos sejam contados" -- frisando que "todos os votos têm de ser contados" -- e afirmou estar "plenamente" confiante na "forte democracia" norte-americana.
"O mais importante, no final, é que todas as partes aceitem os resultados e que não haja mais turbulências", referiu o eurodeputado.
Dois dias depois das eleições, nenhum dos candidatos conseguiu ainda os 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para assegurar a entrada na Casa Branca, mas segundo as projeções Biden leva vantagem, com 264 votos de Colégio Eleitoral contra 214 de Donald Trump.