Missão de observadores pede fim de "especulações nocivas ou infundadas"

A missão de observação da Organização dos Estados Americanos (OEA) apelou hoje a que se permita o "desenrolar do que resta do processo eleitoral" nos Estados Unidos e que não se emitam "especulações nocivas ou infundadas".

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Lusa
06/11/2020 22:03 ‧ 06/11/2020 por Lusa

Mundo

EUA/Eleições

 

Numa aparente alusão ao presidente norte-americano, Donald Trump, a OEA apelou para que não se emitam especulações sobre supostas fraudes eleitorais, noticia a agência EFE.

No seu relatório preliminar, a missão de observação assegurou ainda que não "observou diretamente nenhum tipo de irregularidade que pudesse colocar em dúvida os resultados até ao momento".

"A missão da OEA exorta todos os partidos políticos, candidatos e cidadãos a permitir que esta democracia prevaleça e que o resto do processo eleitoral ocorra no âmbito da lei", destaca o relatório de 20 páginas, divulgado hoje.

Esta missão de observação, liderada pelo secretário-geral da OEA, Luís Almagro, manifestou o seu apoio ao "direito de todos os partidos, numa eleição, de pedirem retificações às autoridades judiciárias competentes quando considerem que foram injustamente lesados".

"No entanto, é crucial que os candidatos hajam com responsabilidade, apresentando e defendendo reivindicações legítimas no tribunal, e não especulações prejudiciais ou infundadas na comunicação social", acrescentou.

Esta frase parece fazer uma alusão ao candidato republicano, que tem denunciado, sem fornecer qualquer tipo de prova, uma fraude para 'roubar' as eleições.

Donald Trump fez um discurso na quinta-feira, na Casa Branca, onde questionou a legitimidade de todo o sistema de votação por correio, sem apresentar evidências.

"Ele [Trump] acusou os funcionários eleitorais de fraude eleitoral e reiterou que a sua campanha apresentará queixas no tribunal. Os observadores da OEA posicionados nos Estados de transição de Michigan e Geórgia não testemunharam nenhuma das irregularidades mencionadas", sublinha o relatório.

A missão de observação realçou que "todos os votos válidos expressos nestas eleições devem ser contabilizados, se foram recebidos no âmbito das normas e regulamentos existentes nos respetivos estados".

A campanha de Trump questionou a legalidade dos procedimentos na Pensilvânia, que decidiu contar todos os votos por correio recebido até sexta-feira, desde que o carimbo do correio confirmasse que tinham sido enviados antes do dia das eleições.

"As eleições de 2020 foram históricas de muitas maneiras, incluindo nos esforços extraordinários por parte das autoridades eleitorais para expandir as opções de voto e facilitar a votação segura por um número recorde de eleitores, apesar de uma pandemia global", pode ler-se.

Entre as suas recomendações, a missão da OEA alertou que ainda existem algumas "vulnerabilidades" na infraestrutura eleitoral dos Estados Unidos que podem facilitar a interferência estrangeira e solicitou especificamente a substituição de certas urnas que, além disso, não permitem uma auditoria de resultados em papel".

Projeções dos 'media' norte-americanos, atribuem 264 votos de "Grandes Eleitores" do Colégio Eleitoral a Biden e 214 a Trump.

Será declarado vencedor o candidato que reunir, pelo menos, 270 votos no Colégio Eleitoral.

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