O presidente norte-americano tem dito repetidamente que há um lugar onde gostaria que se resolvesse o resultado das eleições: o Supremo Tribunal dos Estados Unidos. Mas este poderá ser um sonho impossível.
A última vez que as eleições se resolveram em tribunal foi em 2000, quando George W. Bush enfrentou Al Gore e se dirigiu ao Supremo para impedir a recontagem de votos na Flórida.
Atualmente há mais membros conservadores no Supremo. No entanto, o acesso parece estar mais complicado.
As justificações dos advogados do candidato republicano para pedir a intervenção do tribunal poderão ser baseadas em alegadas fraudes eleitorais, tal como tem defendido Donald Trump.
A estratégia de Trump tem passado por apresentar ações judiciais em vários estados: A equipa de advogados avançou com processos na Pensilvânia, Michigan e Geórgia para invalidar os votos "tardios" de Joe Biden.
No entanto, a maioria destes processos são pequenos e por isso não afetam muitos votos. Além disso, algumas queixas já foram rejeitadas por juízes da Geórgia e do Michigan.
Trump anunciou também que iria para o Supremo Tribunal. Mas, segundo a AP, o presidente do Supremo, John Roberts, não deverá querer que a eleição se resolva nos bancos do seu tribunal.
Curiosamente, em 2000, John Roberts era advogado de Bush e defendia a separação do poder judicial do poder político, por considerar que prejudicaria a reputação do tribunal.
Neste momento, há uma queixa no Supremo que pede que se excluam os boletins de voto que chegaram depois de terça-feira - dia oficial da eleição - no estado a Pensilvânia.
Mas, segundo a contagem feita até ao momento, estes votos não serão suficientes para mudar os resultados eleitorais que indicam dar a vitória a Joe Biden.
Além deste caso da Pensilvânia, a AP lembra que Trump precisa de vencer num tribunal inferior para poder usar esse processo para contestar o resultado das eleições num estado.