EUA: Elevada participação e pandemia explicam contagem lenta dos votos

O ritmo lento da contagem de votos nas eleições presidenciais norte-americanas está a gerar críticas mas é um reflexo do entusiasmo na participação eleitoral e das medidas tomadas nos Estados face à pandemia de covid-19.

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© Peter Zay/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
07/11/2020 06:39 ‧ 07/11/2020 por Lusa

Mundo

Eleições EUA

Ainda com a contagem de votos por encerrar, o presidente Donald Trump já ultrapassou o número de votos que obteve há quatro anos, com mais de 70 milhões de votos já garantidos, face aos 63 milhões da corrida eleitoral de 2016.

O democrata Joe Biden tem nesta altura cerca de 73,9 milhões de votos, contra os 65,9 assegurados por Hillary Clinton, noticia a agência AP.

Ao todo, há cerca de 15 milhões de eleitores a mais nas eleições presidenciais de 2020 face à última votação.

O objetivo de evitar longas filas devido à pandemia de covid-19 levou os Estados a tornar mais fácil o voto pelo correio e, assim, mais seguro para todos.

Estados como Minnesota, Carolina do Norte e Nevada prolongaram os prazos para receber os votos. Nebrasca e Iowa juntaram-se às fileiras dos Estados que enviaram um formulário de votação em branco para todos os eleitores registados, assim como Nova Jersey e Califórnia, que enviaram boletins de voto a todos, quer tenham sido solicitados ou não.

Milhões de eleitores aceitaram a oferta e optaram por votar por correio em vez de pessoalmente no dia da eleição.

Para alguns Estados, esta mudança significou uma desaceleração na contagem dos votos, porque os boletins recebidos pelo correio costumam demorar mais tempo a serem processados ??do que os votos presenciais.

Alguns Estados têm-se saído melhor do que outros no processamento dos votos por correio, como a Florida e Carolina do Norte, que aprenderam com a experiência e permitiram que os funcionários eleitorais processassem os boletins enviados por correio nas semanas anteriores ao dia da eleição, tal como é permitido.

Mas outros, como Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, considerados Estados 'indecisos' nas eleições, tomaram a decisão consciente de esperar para que não houvesse contagem de votos por correio antes do dia da eleição.

O ritmo lento da contagem de votos no Nevada tem também sido criticado e alvo até de sátiras nas redes sociais.

Os funcionários do Governo, por seu lado, lembram que estão a privilegiar a precisão em detrimento da velocidade, numas eleições inundadas sem precedentes por boletins de voto com prazos estendidos.

"Nós dissemos logo no início que os resultados levariam pelo menos dez dias", vincou a porta-voz da secretária de Estado, Jennifer A. Russell.

Após um projeto de lei aprovado em agosto, foram enviados boletins de voto por correio a todos os eleitores, na esperança de conter, ou pelo menos não aumentar, a disseminação do novo coronavírus.

Os votos com carimbo até ao dia da eleição podem ser contados se chegarem dentro de sete dias, ou seja, terça-feira, e estes continuam a chegar.

Naquele estado, mais de 1,2 milhões de votos foram contados até à tarde de sexta-feira, com o democrata Joe Biden a liderar com 22.657 votos sobre Donald Trump, e com cerca de 87% dos votos apurados.

A maioria dos votos por contar chega por correio. Estes são primeiro processados por uma máquina, que verifica as assinaturas. Depois, a equipa eleitoral examina manualmente aqueles não verificadas pela máquina. Posteriormente, é feita uma revisão para garantir que os números correspondem, seguindo-se a contagem.

 

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