"Eu julgo que o Presidente [do Brasil, Jair Bolsonaro] está aguardando terminar esse imbróglio aí de discussão se tem voto falso, se não tem voto falso, para dar o posicionamento dele (...) É óbvio que o Presidente na hora certa vai transmitir os cumprimentos do Brasil a quem for eleito", disse Mourão para jornalistas.
"Vamos esperar. É uma pergunta prudente. Acredito que esta semana o que está pendente será definido e depois nos prepararemos para uma nova relação com quem tiver de se estabelecer", acrescentou.
A posição de Bolsonaro em relação às eleições nos Estados Unidos é semelhante à adotada pela Rússia, China e também países latino-americanos como o México, que optaram por aguardar o resultado das ações judiciais tentadas pelo candidato republicano e Presidente cessante, Donald Trump, que denunciou alegadas fraudes no processo de votação nas presidenciais norte-americanas.
Bolsonaro expressou ao longo do processo eleitoral dos Estados Unidos a sua preferência pela reeleição de Trump e manteve um tom crítico contra Biden após algumas declarações do agora Presidente eleito sobre a Amazónia.
Quando ainda era candidato, Biden disse que o Brasil deveria acabar com a "destruição" da Amazónia, caso contrário teria de enfrentar "consequências económicas significativas", e adiantou que conversaria com outros países para oferecer ao Governo de Bolsonaro a quantia de 20 mil milhões de dólares [16,8 mil milhões de euros] para acabar a desftruição da maior floresta tropical do mundo.
O Presidente brasileiro reagiu imediatamente e advertiu que "não aceitava subornos".
Disse ainda que "alguns não entendem que o Brasil mudou", que a soberania do país "não é negociável", e qualificou a declaração de Biden de "lamentável".
Nos últimos dias, quando o triunfo de Biden já começava a refletir-se nas urnas, Bolsonaro baixou um pouco o tom, mas ainda não reconheceu o resultado da eleição presidencial norte-americana projetado pelos 'media' daquele país e aceite pela maioria dos governos mundiais.