Eleitores respeitam medidas sanitárias na maior cidade do Brasil
Um clima de tranquilidade marcou hoje a votação para as eleições municipais em São Paulo, maior cidade do Brasil, com os eleitores a acatarem as medidas sanitárias impostas pelas autoridades para prevenir a propagação de covid-19.
© Lusa
Mundo Brasil
Na zona oeste de São Paulo, hoje de manhã havia poucas filas para votar.
Em todas as salas de votação, os voluntários usavam máscaras e viseiras. Os eleitores também usavam máscara, item obrigatório para participar na eleição, devido à pandemia de covid-19.
Patricia Marques, de 47 anos, disse à Lusa concordar com as medidas sanitárias adotadas nestas eleições, como a disponibilização de álcool gel e regras de distanciamento social.
"Foi bem tranquilo. Cheguei, tinha uma orientação, pessoas para orientar porque mudou a minha sala [de votação]. Tinha uma fila, as pessoas estavam respeitando a distância e quando você ingressa na sala para votação tem a higienização, tem álcool gel disponível, tem álcool gel na mesa", relatou Patricia Marques.
"A gente tem um pouco de receio sim, porque não sabemos se todas as pessoas entenderiam as normas de restrição, de não se aproximar muito, se haveria álcool gel disponível. Apesar do medo, foi tranquilo, porque não podemos deixar de votar", acrescentou, quando questionada sobre se teve receio de votar por causa da covid-19, que já causou mais de 16 mil mortos no Brasil e pelo menos 5,8 milhões de infetados.
O Brasil realiza hoje eleições para escolher os prefeitos e vereadores das câmaras legislativas de 5.557 cidades, número que exclui o Distrito Federal, onde a administração do território, incluindo a capital do país, Brasília, é exercida pelo governador, e também Macapá, capital do estado do Amapá, onde a votação foi adiada devido a problemas no abastecimento elétrico.
Neste ano, há uma preocupação redobrada com higiene e as condições sanitárias dos locais de votação para evitar a proliferação da covid-19.
José Milton Pessoa, de 62 anos, também relatou que um clima tranquilo. Além de votar, o brasileiro também trabalhou como 'mesário' (pessoas convocadas pela Justiça eleitoral que ajudam a orientar eleitores na sala de votação).
"Foi tudo tranquilo, está rápido, a minha sessão é a mais calma que há. Sem fila. O processo todo foi sossegado, cheguei bem cedo aqui porque sou mesário e nós arrumamos todas as salas e estamos três [pessoas a trabalhar] na sala de votação", explicou Pessoa.
Outra eleitora satisfeita com as condições sanitárias e com a organização foi Sónia Maria Ribeiro do Carmo, de 62 anos.
"Achei que [o processo de votação] foi bem rápido. Não tive medo de ser contaminada pela covid-19 porque já estou levando uma vida normal, estou trabalhando. Não tenho receio e ficaria até sem máscara se não fosse proibido ficar sem máscara", contou.
As únicas dificuldades observadas pela Lusa foram solicitações de informação sobre mudança nas salas de votação.
No Brasil, os eleitores são divididos em sessões que funcionam em salas específicas para votar, algo que causou alguma confusão, e que se registou em outras cidades do país, segundo relatos dos 'media' locais. Também houve registos sobre problemas no funcionamento de uma aplicação, chamada 'e-título', desenvolvida para auxiliar a votação e justificar a ausência.
O voto é obrigatório no Brasil e as pessoas que não comparecem na suas sessões eleitorais precisam de justificar a ausência ou estarão sujeitas à aplicação de uma multa.
Questionados sobre o que esperam do novo prefeito ou prefeita de São Paulo, a maioria dos entrevistados mencionou projetos para estimular a geração de novos empregos e ações que estimulem uma saída rápida da crise económica que acompanhou a pandemia.
"Em razão desta pandemia o que a gente mais espera que o novo prefeito faça é a geração de trabalho. A situação da cidade, do país, que já não era uma situação fácil, está bem complicada em termos de trabalho", frisou Patricia Marques.
Já Vinicius de Oliveira, de 32 anos, considerou que a cidade está mal cuidada na atual gestão e disse estar ansioso por uma mudança.
"Acredito que o próximo prefeito tem a tarefa primordial de cuidar das pessoas. Andamos no centro de São Paulo e vemos tanta gente [morando] na rua por conta da crise económica. A primeira coisa é tirar estas pessoas da rua, investir em inovação, tecnologia para São Paulo voltar a ser a vanguarda tecnológica do Brasil, com criação de emprego, com renda. É isto que estou ansioso e espero ver do próximo prefeito", concluiu.
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