Depois de no domingo o governo britânico ter divulgado que Boris Johnson terá de permanecer em isolamento profilático por ter estado em contacto com um caso positivo de Covid-19, o primeiro-ministro britânico partilhou uma mensagem em vídeo nas redes sociais.
"A boa notícia é que a aplicação de rastreio do serviço nacional de saúde (NHS) está a funcionar, a má é que vou ter de me isolar porque alguém com quem estive em contacto há uns dias desenvolveu sintomas da doença", começou por dizer o primeiro-ministro britânico, que foi alertado pela 'app'.
De acordo com o The Guardian, Johnson reuniu-se com um pequeno grupo de deputados durante cerca de meia hora na quinta-feira, incluindo o deputado de Ashfield, Lee Anderson, que, posteriormente, desenvolveu sintomas da doença e testou positivo.
"Não importa se estamos todos a cumprir o distanciamento social, não importa se me sinto ótimo, não importa que já tenha tido a doença e que esteja a 'explodir' com anticorpos", continuou Johnson, referindo que "temos de interromper a transmissão da doença" e que uma das formas de fazê-lo é através do isolamento.
Apesar de se sentir bem e sem sintomas, o primeiro-ministro britânico ficará em isolamento durante duas semanas.
A exigência de quarentena vem no início de uma semana crucial para o Governo conservador de Johnson, que inclui discussões sobre um acordo comercial pós-Brexit com a União Europeia.
Os negociadores reúnem-se em Bruxelas esta semana, mas o tempo para um acordo negociado está a esgotar-se.
"Tenho a certeza de que se o primeiro-ministro precisar de falar com alguém na Europa, pode fazê-lo via Zoom", disse hoje o ministro da Saúde, Matt Hancock, à SkyNews, garantindo que Boris Johnson está "em grande forma".
Sobre a posição britânica nas negociações pós-Brexit, Hancock disse que o Governo britânico está a preparar-se para "todos os cenários".
"Claro que a nossa preferência é conseguir um acordo e que seja aberto aos europeus, se quiserem fazer os progressos necessários", declarou Hancock.
Recorde-se que Boris Johnson contraiu a infeção pelo novo coronavírus a 27 de março deste ano, apresentando primeiramente sintomas ligeiros. Nessa altura, manteve-se a trabalhar em isolamento na residência oficial.
Em abril, porém, o seu estado de saúde agravou-se devido a sintomas persistentes da Covid-19 e necessitou de hospitalização, com um período de três dias nos cuidados intensivos. Teve alta a 12 de abril.
Por altura das celebrações do 72.º aniversário do NHS, o governante recebeu os profissionais de saúde que cuidaram de si. Entre eles estava o enfermeiro português Luís Pitarma.
[Notícia atualizada às 11h06]