Tedros Adhanom Ghebreyesus falava na habitual videoconferência de imprensa da OMS, a partir da sede, em Genebra, na Suíça, pela primeira vez presencialmente depois de ter cumprido um período de quarentena em casa na sequência de um contacto com uma pessoa infetada.
O dirigente da organização disse que a OMS acompanha com "cautela otimista" as "notícias encorajadoras" sobre a eficácia de vacinas candidatas para a covid-19, como as dos laboratórios Pfizer e Moderna, mas assinalou que "este não é o tempo para a complacência", manifestando preocupação com o aumento de infeções na Europa e na América, que deixa em "ponto crítico" os sistemas e profissionais de saúde.
"Este vírus é perigosíssimo, pode atacar qualquer órgão do corpo", frisou, realçando os efeitos a longo prazo da infeção.
Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, "os países que deixam o vírus circular livremente estão a brincar com o fogo".
"Não há desculpas para a passividade", vincou, defendendo que é preciso "atuar rápido" e "de forma decisiva", sob pena de haver "mais mortes e sofrimento sem necessidade".
Comentando os resultados sobre a eficácia de vacinas candidatas, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, ressalvou que subsistem dúvidas quanto à duração da imunidade conferida e que é necessário analisar "todos os dados" para aferir o "perfil de segurança".
A farmacêutica norte-americana Moderna anunciou hoje, com base em dados preliminares de um ensaio clínico, uma eficácia de 94,5% da sua vacina experimental contra a covid-19.
O anúncio foi feito uma semana depois de uma outra farmacêutica, igualmente norte-americana, a Pfizer, ter indicado que a sua vacina candidata tem uma eficácia de 90%, de acordo com dados igualmente provisórios de um ensaio clínico.
A pandemia da covid-19 provocou pelo menos 1.319.561 mortos resultantes de mais de 54,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.472 pessoas dos 225.672 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.