"Três vidas inocentes foram perdidas como resultado dos violentos confrontos na cidade", disse o porta-voz da polícia, Fred Enanga, citado pela agência France-Presse, acrescentando que 34 pessoas também foram feridas.
"As forças de segurança derrotaram os grupos violentos com gás lacrimogéneo e armas letais", revelou o porta-voz, referindo-se aos confrontos que eclodiram não só na capital, mas também noutras cidades do Uganda na sequência da detenção do popular cantor Bobi Wine, que é também o principal opositor do Presidente, Yoweri Museveni, nas eleições marcadas para 14 de janeiro.
A Sociedade da Cruz Vermelha do Uganda declarou ter tratado de mais de 30 pessoas em Kampala e nos arredores "na sequência de confrontos envolvendo a polícia e grupos rebeldes", especificando que 11 foram baleados, nove mostraram sintomas de asfixia e 10 estavam inconscientes quando receberam tratamento.
Os apoiantes de Wine bloquearam estradas e queimaram pneus, levando a polícia a disparar gás lacrimogéneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes.
Foi "um caos total" na cidade, na descrição do presidente da Associação de Comerciantes de Kampala, Evarest Kayongo, citado pela agência Associated Press.
"As ruas estão vazias. Fechámos as lojas por causa do gás lacrimogéneo e das balas", acrescentou.
Os protestos começaram depois de Wine ter sido preso na cidade de Luuka, leste do país, e conduzido a uma esquadra de polícia na cidade de Jinja. A razão da detenção é desconhecida.
"Não nos foi permitido vê-lo e não sabemos o que está a acontecer", disse Joel Ssenyonyi, porta-voz do partido de Wine, Plataforma Nacional de Unidade (NUP, na sigla em inglês).
Wine, preso muitas vezes nos últimos anos, conseguiu a atenção de muitos ugandeses através do apelo reiterado ao Presidente, Yoweri Museveni, para que se aposente e coloque um ponto final a 36 anos de poder.