"news_bold">"Os números continuam elevados, demasiado elevados", mas "vemos que as medidas têm efeito", disse Wieler em conferência de imprensa.
O especialista acrescentou que, apesar de se registar "uma certa estabilidade" no número de novas infeções, o que considerou uma "boa notícia", ainda não há uma tendência para uma redução dos contágios.
Wieler disse que a Alemanha está longe de superar esta situação grave e alertou que os hospitais poderão chegar ao limite das suas capacidades devido ao elevado número de casos positivos.
Se isso acontecer, nem todos os pacientes poderão ser atendidos da melhor forma, avisou.
Ainda assim, manifestou-se "muito otimista" de que talvez na próxima semana se observe uma descida no número de casos diários, embora admitindo que levará tempo para que o número de infeções seja gerível para todos.
Questionado sobre uma eventual terceira vaga da pandemia caso se voltem a relaxar as medidas de restrição quando se confirmar a queda das infeções, Wieler disse que "não tem necessariamente de ocorrer um efeito ioiô".
A Alemanha registou 22.609 novas infeções por coronavírus que provoca a covid-19 nas últimas 24 horas, quase 750 a mais do que há uma semana e mais de cinco mil que na quarta-feira, mas abaixo do máximo registado na sexta-feira passada de 23.542, segundo um balanço do Instituto Robert Koch (RKI).
Os casos positivos registados desde o anúncio do primeiro contágio no país, no final de janeiro, somam 855.916, com 13.370 óbitos, sendo 251 nas últimas 24 horas, após os 305 de quarta-feira, o valor mais alto desta segunda onda.
O RKI estima que cerca de 562.700 recuperaram da doença e que existem atualmente cerca de 279.800 casos ativos.
Na Alemanha, a incidência cumulativa nos últimos sete dias é de 138,9 casos por 100.000 habitantes.
O número de pacientes com covid-19 em unidades de terapia intensiva subiu para 3.561 na quarta-feira, dos quais 2.024 - 56% - recebem ventilação assistida, segundo dados da Associação Alemã Interdisciplinar de Terapia Intensiva e Medicina de Emergência (DIVI).
Atualmente, 22.056 camas de cuidados intensivos estão ocupadas.
O fator de reprodução (R) que considera as infeções num intervalo de sete dias em relação aos sete anteriores, e que reflete a evolução das infeções de oito a 16 dias atrás, está nos 0,95.
Em 02 de novembro, entrou em vigor um novo confinamento parcial no país - mais brando do que o decretado na primavera -- para tentar conter a pandemia de covid-19.
Bares e restaurantes, teatros e cinemas, museus e "spas" permanecem fechados, enquanto as lojas e escolas permanecem abertas. O turismo é proibido, o teletrabalho é recomendado e os contactos são limitados a no máximo 10 pessoas de até dois domicílios.
Na próxima semana, a chanceler Angela Merkel vai reunir-se com os chefes de governo dos estados federais para tentar acertar "um grande pacote com as próximas medidas necessárias" para conter a pandemia.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 1.350.275 mortos resultantes de mais de 56,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.632 pessoas dos 236.015 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.