As equipas dos eleitos democratas e republicanos do Senado e da Câmara dos representantes reuniram-se na quinta-feira ao início da tarde para abordar duas questões, incluindo um plano de relançamento, indicou fonte democrática no Congresso.
"O Governo federal deverá fornecer apoio o mais cedo possível e com uma flexibilidade para responder às necessidades do Estado", reagiu o Presidente eleito Joe Biden.
Esta ajuda inclui um apoio às empresas, às escolas, às famílias, aos trabalhadores, aos desempregados, para a educação das crianças ou para os cuidados de saúde.
"Nesta pandemia tudo é necessário. Os Estados e as comunidades não deverão despedir professores, polícias, bombeiros, suprimir os serviços vitais", considerou Joe Biden.
As discussões para votar um novo plano seguem-se às medidas aprovadas com urgência em março, num valor de mais de 2.200 mil milhões de dólares (1.835 mil milhões de euros).
No entanto, os desacordos profundos entre os dois partidos foram exacerbados por uma campanha eleitoral particularmente fraturante, e desde as eleições presidenciais de 03 novembro que as negociações estavam bloqueadas.
O seu recomeço era muito aguardado, quer por parte de milhões de norte-americanos, confrontados com o desemprego e a perda de rendimentos, quer pelas pequenas empresas à beira da falência.
Este anúncio provocou uma subida na Bolsa de Wall Street à hora do encerramento.
Apesar de existirem notícias positivas na frente da vacina contra da covid-19, prevista para os próximos meses, milhões de norte-americanos estão à beira de resvalar para a extrema pobreza.
As ajudas concedidas em março, no primeiro plano de relançamento, estão a expirar, ameaçando 12 milhões de desempregados que podem ficar sem qualquer recurso com a aproximação do Natal.
O Century Foundation, um grupo de reflexão democrata, já advertiu que se podem juntar ao exército de pessoas que já não têm direito a qualquer ajuda.
A ajuda financeira às famílias e aos mais pobres torna-se ainda mais urgente devido à deterioração da situação sanitária, com uma nova vaga de contaminações do novo coronavírus.
O Thanksgiving (Dia de Ação de Graças), uma das festas mais celebradas dos EUA, e que geralmente implica grandes encontros familiares, inquieta das autoridades sanitárias, que desaconselharam os norte-americanos a viajar por ocasião desta data, prevista para a próxima quinta-feira.
Numerosos estados, ou cidades, impuseram novas restrições, incluindo o estado de Nova Iorque, que ordenou um recolher obrigatório de bares e restaurantes e reimpôs o encerramento das escolas.
Chicago, a terceira cidade do país, apelou à população para apenas sair à rua em caso de extrema necessidade. E mesmo os presidentes de câmara e governadores até agora reticentes, acabaram por adotar medidas drásticas.
Estas restrições tiveram importantes consequências no emprego. Assim, entre 08 e 14 de novembro, 742.000 ficaram desempregadas, mais 30.000 que na anterior semana, indicam os últimos números do Departamento do Trabalho.
"Não é um acidente isolado", mas assinala o início de um novo aumento do desemprego "que vai persistir até que abrande a vaga da covid", indicou Ian Shepherdson, economista para o Pantheon Macroeconomics.
E na quinta-feira, um responsável do Banco central norte-americano (Fed) advertiu mesmo que se receia uma nova recessão no quarto trimestre.
No início de novembro estavam registados 6.4 milhões de desempregados. Um número em baixa, mas se uma parte encontrou de facto um emprego, muitos outros deixaram de ter direito a subsídio, que nos Estados Unidos é concedido por um período máximo de seis meses.
Caso sejam incluídos os programas de ajudas relacionados com a pandemia, e que permitiram durante várias semanas prolongar a concessão de subsídios ou abranger trabalhadores que não tinham direito a esta ajuda, como os independentes, perto de 20,3 milhões de pessoas receberam uma subvenção durante a última semana de outubro.
Muitos milhões entre eles poderão juntar-se aos sem abrigo, pelo facto de as expulsões das casas, pelo não pagamento das rendas ou prestações, terem sido congeladas apenas até 31 de dezembro.
Em média, e no decurso das duas últimas semanas, os Estados Unidos registaram diariamente mais de mil mortos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.350.275 mortos resultantes de mais de 56,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 3.701 pessoas dos 243.009 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (250.548) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 11,5 milhões).