Venezuela abre espaço aéreo a operações comerciais com Rússia e Bolívia

As autoridades venezuelanas anunciaram hoje a abertura do espaço aéreo para voos comerciais com a Rússia e a Bolívia, suspensas desde março de 2020, devido à pandemia da covid-19.

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Lusa
23/11/2020 21:46 ‧ 23/11/2020 por Lusa

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Covid-19

 

O anúncio foi feito pelo Instituto de Aeronáutica Civil da Venezuela (INAC), através das NOTAM (aviso aos navegantes com informação aeronáutica) C0994/20 e A0458/20.

"O INAC, cumprindo com as diretrizes do executivo Nacional (...) informa a abertura das operações aéreas comerciais desde e para a Rússia e a Bolívia, desde este 23 de novembro", explica, precisando que já tinham sido abertos voos comerciais para o México, a República Dominicana, o Irão, a Turquia e o Panamá.

Por outro lado, o INAC explica que continuará "garantindo a segurança do povo venezuelano, e prestando o apoio necessário durante a contingência atual perante a pandemia da covid-19".

"Continuamos coadjuvando no combate implementado pelo Executivo Nacional contra a covid-19, tomando as medidas necessárias para combater esta pandemia, cumprindo com as normas preventivas emanadas do Governo bolivariano, com o apoio do Ministério do Poder Popular para os Transportes", sublinha.

A 11 de novembro último, o INAC anunciou que "devido à prevenção da covid-19" os aeroportos venezuelanos "continuariam encerrados" para os voos internacionais "até 11 de fevereiro de 2021 exceto para as operações aéreas comerciais entre a República Bolivariana da Venezuela e os países irmãos da Turquia, República Dominicana, México, Irã e Panamá".

A medida abrange os aeroportos de Maiquetía [a norte de Caracas, o principal do país], Maracaibo, Porlamar, Barcelona, Barquisimeto, Valência, Punto Fijo, San António del Táchira, Santo Domingo, Puerto Ordáz, Maturín e Caracas [a sul da capital].

Entretanto, segundo a imprensa venezuelana os aeroportos de Maiquetía, Los Roques e Margarita, foram autorizados para realizar operações aéreas nacionais.

Ainda segundo a imprensa local, as agências de viagens e algumas companhias aéreas estavam a propor ao Governo venezuelano que reabrisse os aeroportos a partir de novembro, primeiro para os voos irregulares e nacionais e a partir de dezembro para as operações internacionais.

Em setembro último a companhia aérea portuguesa TAP Air Portugal, anunciou que retomaria os voos entre Lisboa e Caracas a partir de 15 de dezembro de 2020, tendo, no entanto, realizado dois voos (7 de outubro e 4 de novembro) de repatriamento de portugueses, com autorização das autoridades venezuelanas.

A restrição às operações aéreas na Venezuela começou em 12 de março, primeiro com os voos provenientes da Europa e da Colômbia, e depois a nível global, com o propósito de travar a pandemia da covid-19 no país.

Em setembro, o vice-ministro de Transporte Terrestre, Cláudio Farias, anunciou que as autoridades se preparam para permitir o transporte terrestre de passageiros entre as diversas regiões do país e reabrir os aeroportos para voos nacionais.

Segundo Cláudio Farias, só depois é que vão ser suspensas as restrições aos voos internacionais.

A imprensa local aponta a escassez de gasolina como um dos entraves à reativação do transporte terrestre de passageiros entre os diversos Estados do país.

Na Venezuela estão confirmados 99.835 casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus, 781 mortes associadas à covid-19 e 94.658 pessoas recuperaram da doença.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.388.590 mortos resultantes de mais de 58,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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