Como já estava a ser avançado pela imprensa norte-americana desde ontem, Donald Trump decidiu conceder um indulto para o seu ex-conselheiro para a Segurança Nacional, Michael Flynn. A confirmação oficial surgiu esta quarta-feira na sequência de uma publicação de Trump no seu Twitter.
“É uma Grande Honra para mim anunciar que foi concedido um indulto ao General Michael T. Flynn. Parabéns para o General Flynn e para a sua maravilhosa família, eu sei que agora vocês vão ter um dia de Ação de Graças verdadeiramente fantástico”, escreveu o presidente.
O antigo conselheiro de Trump deu-se por duas vezes como culpado de ter mentido ao FBI sobre as conversas que manteve com um diplomata russo na sequência da investigação liderada pelo procurador especial, Robert Mueller.
It is my Great Honor to announce that General Michael T. Flynn has been granted a Full Pardon. Congratulations to @GenFlynn and his wonderful family, I know you will now have a truly fantastic Thanksgiving!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 25, 2020
Em dezembro de 2016 e no início de 2017, Flynn falou com o embaixador russo nos Estados Unidos, Sergey Kislyak. Nas conversas com Kislyak, Flynn apelou a Moscovo para não escalar a tensão com Washington em resposta às sanções impostas pela administração Obama, que estava a terminar o seu mandato, relativamente à interferência russa nas eleições de 2016, que Trump venceu.
Este pedido de Flynn visou ajudar Trump e o então conselheiro assinalou que a futura administração Trump estaria disposta a manter uma relação e colaboração mais próxima com o Kremlin. Posteriormente, descobriu-se que Flynn estava a mentir aos seus colegas sobre o conteúdo das conversas que tinha mantido com o embaixador russo.
Trump despediu-o em fevereiro de 2017 e desde então começou uma saga legal, que chega agora ao fim com o indulto de Trump. Flynn mudou de advogados no ano passado e tentou retirar a sua declaração de culpa, argumentando que nunca tinha mentido aos investigadores.
Em maio deste ano, o Departamento de Justiça, liderado pelo procurador-geral, William Barr, tentou retirar as suas acusações contra Flynn, mas o juiz Emmet Sullivan, que presidia ao caso do ex-conselheiro de Trump, levantou dúvidas sobre a legitimidade das intenções do Departamento de Justiça e o caso ficou em suspenso no tribunal federal.
O The New York Times assinala que este pode ser apenas um de vários indultos presidenciais que Donald Trump poderá conceder até deixar a Casa Branca, em janeiro do próximo ano.