Após o homicídio, na segunda-feira em Bcharré, o trabalhador sírio entregou-se à polícia, disse o exército libanês, mas os jovens locais "expulsaram" os sírios da aldeia, informou a agência de notícias libanesa ANI.
Após terem abandonado a cidade de Tripoli, no norte do país, vários refugiados sírios, citados pela agência AFP confirmaram que suas casas foram invadidas e algumas queimadas.
"Punições coletivas (...) para toda uma comunidade após um incidente envolvendo um único indivíduo são inaceitáveis", lamentou hoje a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), Lisa Abou Khaled.
Os refugiados que não tinham para onde ir foram transferidos para abrigos do ACNUR e as famílias estão a receber "ajuda alimentar, apoio financeiro de emergência e apoio psicossocial", acrescentou.
"Vivemos muitos anos em Bcharré depois de fugir da guerra na Síria, até aquela noite assustadora", contou Oum Khaled, uma refugiada de 31 anos que fugiu da aldeia com os cinco filhos depois da sua casa ter sido incendiada.
"Os jovens invadiram a minha casa, insultaram-nos, bateram nos meus filhos e queimaram a casa", disse outra refugiada Hajia al-Daher, de 28 anos.
Estima-se que o Líbano acolha 1,5 milhão de sírios, incluindo quase um milhão registados na ONU como refugiados que fugiram do conflito em seu país.