São Paulo anuncia início da vacinação a partir de 25 de janeiro

As autoridades de São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, pretendem iniciar a vacinação em massa contra a covid-19, de forma gratuita, com o imunizante 'CoronaVac' em 25 de janeiro, antecipando-se ao plano do Governo central.

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Lusa
07/12/2020 17:31 ‧ 07/12/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"No estado de São Paulo, a vacinação contra o coronavírus está programada para começar no dia 25 de janeiro de 2021. A fase 1, que começa no dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, e estará destinada a profissionais de saúde e de pessoas com idade acima de 60 anos", disse o governador de São Paulo, João Doria, numa conferência de imprensa.

Naquele que é o estado brasileiro mais afetado pela pandemia, a primeira fase do plano, que ainda depende da aprovação do imunizante que foi desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac pela Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil, prevê a vacinação de nove milhões de pessoas, que incluem a população do estado com idade superior a 60 anos, profissionais de saúde, 'quilombolas' (descendentes de antigos escravos africanos) e indígenas.

"A escolha levou em consideração a incidência de óbitos no estado de São Paulo, onde 77% das mortes foi concentrada em pessoas acima de 60 anos. Além disso, serão imunizados também os profissionais de saúde", justificou o governador.

O governo de São Paulo informou que disponibilizará a outros estados do Brasil quatro milhões de doses da 'CoronaVac' a partir do dia 25 de janeiro.

"O objetivo é que os estados que solicitarem a vacina possam iniciar a vacinação dos profissionais da área da saúde da forma mais rápida possível, reconhecendo o sacrifício daqueles que arriscam as suas vidas todos os dias para salvarem vidas", disse Doria.

A primeira fase do plano de imunização do governo regional de São Paulo será executada em 10 mil postos de vacinação, incluindo 5.200 postos de saúde do estado e outros espaços que serão usados para o atendimento da população.

A logística total de distribuição da vacina deverá custar 100 milhões de reais (16,2 milhões de euros), segundo o governo 'paulista'.

A campanha contará com uma estrutura que envolverá 54 mil profissionais de saúde e 25 mil agentes de segurança, entre polícias militares, polícias civis e guardas dos municípios durante todo o período de vacinação.

"Não estamos virando as costas para o plano nacional de vacinação, mas precisamos ser mais ágeis por isto estamos nos antecipando. Por que iniciar a vacinação em março se podemos fazer isto em janeiro?", questionou Doria ao comentar os planos do Ministério da Saúde do país, que prevê o início da vacinação contra a covid-19 em março quando o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca deverá estar disponível.

"Neste momento a união de todos deve se sobrepor à guerra ideológica", frisou Doria.

O governador 'paulista' lembrou que "600 pessoas perdem as suas vidas todos os dias no Brasil".

"Esta é uma realidade que não pode ser ignorada. A realidade que não pode ser adiada", sublinhou.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 6,6 milhões de casos e 176.941 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.535.987 mortos resultantes de mais de 67 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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