Na manhã de hoje, o general Pazuello reuniu-se presencialmente em Brasília com seis governadores, num encontro em que se juntaram outros líderes estaduais de forma virtual, para discutir uma ação mais efetiva e clara do Governo Federal para garantir a vacinação contra a covid-19 no Brasil.
Na reunião, Pazuello prometeu iniciar a vacinação no país no final de fevereiro, uma data que tem sido considerada tardia pelas autoridades estaduais. Na semana passada, o Ministério da Saúde tinha indicado março como o mês para o começo da imunização no país.
"A Anvisa vai precisar de um tempo para cumprir essa missão. O registo gira em torno de 60 dias. Se tudo estiver redondo, teremos o registo efetivo da [vacina da] AstraZeneca no final de fevereiro, dando início à vacinação", declarou o ministro, citado num comunicado difundido pelo Ministério da Saúde.
"Nós vamos vacinar toda a gente na maior velocidade possível", prometeu o general.
O encontro foi ainda marcado por um posicionamento mais forte por parte do governador de São Paulo, João Doria, que acusou o executivo central de falta de interesse na Coronavac, potencial vacina chinesa contra a covid-19, que será formulada e também produzida pelo Instituto Butantan, vinculado ao seu estado de São Paulo.
Por sua vez, Pazuello garantiu que se "houver procura e preço", o Governo comprará o imunizante Coronavac.
"Não sei como o senhor [João Doria] fala tanto como se a Coronavac fosse do estado [de São Paulo]. Ela é do Butantan. O Butantan é o maior fabricante de vacina do nosso país e é respeitado por isso. O Butantan, quando concluir o seu trabalho e tiver a vacina registada, nós avaliaremos a procura e, se houver procura e houver preço, nós vamos comprar. [...] Volto a dizer que o registo é obrigatório e havendo procura e preço, todas as vacinas, todas as produções serão alvo da nossa compra", disse Pazuello, citado pelo portal de notícias G1.
Na contramão do Governo Federal, as autoridades de São Paulo, o estado mais populoso do Brasil e o mais afetado pela pandemia, pretendem iniciar a vacinação em massa contra a covid-19, de forma gratuita, com o imunizante 'CoronaVac' em 25 de janeiro, antecipando-se ao plano do executivo central.
Contudo, a Anvisa emitiu um comunicado indicando que ainda faltam vários passos para que a Coronavac seja aprovada no país.
No entanto, o Governo federal, presidido por Jair Bolsonaro, rival político de João Doria, já autorizou verbas para outras vacinas que se encontram na mesma fase de testes que a Coronavac e que ainda não foram registadas pela Anvisa.
O executivo brasileiro frisou que já tem garantidas, até ao momento, 142,9 milhões de doses de imunizantes, através dos acordos entre a Fiocruz/AstraZeneca (100,4 milhões de doses) e Covax Facility, iniciativa liderada pela Organização Mundial de Saúde(42,5 milhões).
Na manhã de hoje, o Governo informou que as negociações com a farmacêutica norte-americana Pfizer "seguem a todo o vapor" para a aquisição de 70 milhões de doses do seu imunizante.
"O Governo brasileiro e a Phizer avançam nas diligências na intenção de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer e o BioNTech contra a covid-19, a serem fornecidas em 2021. Os termos com a Pfizer já estão bem avançados e devem ser finalizados no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção. Outras vacinas contra a covid-19 em desenvolvimento também poderão ser compradas, desde que sejam aprovadas e registadas pela Anvisa", informou a tutela em comunicado.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (mais de 6,6 milhões de casos e 177.317 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.545.320 mortos resultantes de mais de 67 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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