Pandemia pode levar 25 milhões para a pobreza na Ásia-Pacífico

Os efeitos económicos da pandemia da covid-19 podem atirar até 25 milhões de pessoas para a pobreza na região Ásia-Pacífico, segundo um relatório hoje publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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Lusa
15/12/2020 10:37 ‧ 15/12/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Com este aumento, o organismo internacional coloca entre 94 e 98 milhões o número total de pessoas da região que podem viver com menos de 1,9 dólares (1,57 euros) por dia.

O relatório destaca a redução de 15% nas horas de trabalho durante o segundo trimestre do ano, quando os países encerraram as suas fronteiras e vários obrigaram os seus cidadãos a permanecerem confinados em casa, o que resultou num efeito "devastador" na queda do rendimento.

A crise económica devido à covid-19 provocou o fim de 81 milhões de empregos e todas as economias da Ásia-Pacífico, sem exceção, foram afetadas e registaram uma maior taxa de desemprego.

Entre as pessoas que perderam o emprego destacam-se as mulheres e os jovens.

"Os baixos níveis de cobertura da segurança social e a capacidade institucional limitada em muitos países tornam difícil apoiar os negócios e a recuperação dos trabalhadores. Uma situação ainda pior quando há uma grande economia informal", disse Chihoko Asada Miyakawa, subdiretora-geral da OIT e diretora regional para a Ásia-Pacífico.

Os especialistas da OIT destacaram, numa conferência de imprensa virtual, que a recuperação económica levará mais de dois anos e que ainda esperam outros efeitos adversos provocados pela crise pandémica.

O relatório enfatiza que a crise destacará ainda mais as desigualdades na região e acusou os governos de uma resposta fiscal "insuficiente", com ênfase especial nas economias em desenvolvimento.

"Dadas as evidências crescentes de que as políticas de proteção social e emprego salvam empregos e renda, a esperança é que a crise gere mais investimentos permanentes e maiores nos elementos necessários para aumentar a resiliência e promover um futuro de trabalho mais centrado nas pessoas", declarou Sara Elder, economista da OIT para a Ásia-Pacífico e principal autora do relatório.

 

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