O pagamento de mil milhões de dólares (cerca de 823 milhões de euros) ao Banco Mundial para cobrir os atrasos do Sudão permitirá ao país recuperar o acesso a cerca de 1,5 mil milhões de dólares (cerca de 1,2 mil milhões de euros) por ano em financiamento, segundo um agradecimento de Cartum a Washington.
Através de uma declaração, o Ministério das Finanças e do Planeamento Económico do Sudão saudou esta ajuda norte-americana, que apoiará o país "nos seus esforços para aliviar a sua dívida".
"Esta medida permitirá ao Sudão recuperar o acesso a cerca de 1,5 mil milhões de dólares por ano de financiamento da Associação Internacional de Desenvolvimento", o que acontecerá pela primeira vez desde que este país no norte de África foi incluído na lista norte-americana de patrocinadores do terrorismo, em 1993.
O Governo dos Estados Unidos retirou o Sudão da lista negra esta semana, depois de o ditador Omar al-Bashir, cujo apoio a grupos extremistas como a al-Qaeda levou a que o país fosse rotulado como patrocinador do terrorismo, ter sido derrubado no ano passado e o atual governo de transição ter concordado em estabelecer relações com Israel.
Uma das consequências mais importantes da sua exclusão dessa lista é que Cartum poderá ter acesso a organizações financeiras internacionais, das quais assegurou que espera obter um alívio da dívida de até 60 mil milhões de dólares (49,3 mil milhões de euros).
A grave crise económica que provocou os protestos que levaram à queda de Al-Bashir ainda persiste no país africano, que sofre de uma escassez de farinha e combustível e de aumentos acentuados do custo de vida.
O Ministério das Finanças afirmou numa declaração que o país está a realizar reformas económicas para "assegurar a estabilidade económica através da correção de distorções estruturais na economia, promover o investimento e o crescimento e construir uma economia próspera".