Eva de Bleeker, secretária de Estado belga para o Orçamento, cometeu uma grave inconfidência nas redes sociais, ao publicar os preços negociados pela União Europeia com as diferentes farmacêuticas para a compra das vacinas contra a Covid-19. A publicação foi rapidamente removida, mas não antes de ter sido copiada e partilhada por vários internautas, sendo agora a lista de preços parte do conhecimento público.
Embora haja quem elogie a transparência que a revelação atribui ao processo, as empresas farmacêuticas não ficaram contentes. A Pfizer, por exemplo, queixa-se de quebra de confidencialidade. "Estes preços estão protegidos por uma cláusula de confidencialidade no contrato com a Comissão Europeia", disse Elisabeth Schraepen, uma porta-voz da farmacêutica norte-americana, citada pela Reuters.
A lista de preços, que pode conferir abaixo, mostra que a vacina da Oxford/AstraZeneca é a mais barata e a da Moderna é a mais cara, algo que já era conhecido. A restante tabela detalha os preços de tal forma que permite aos países que ainda estejam a negociar valores a adotar novas estratégias.
Lista de preços negociados pela Comissão Europeia (por dose):
- Oxford/AstraZeneca: €1.78
- Johnson & Johnson: €6.9
- Sanofi/GlaxoSmithKline: €7.56
- Pfizer/BioNTech: €12
- CureVac: €10
- Moderna: €14.70
Abaixo, pode conferir a tabela, tal como foi divulgada. Apresenta o preço por dose, o número de doses encomendado e o valor pago a cada farmacêutica pela Bélgica (que encomendou, no total, mais de 33 milhões de doses e pagou 279 milhões de euros).
De Belgische Staatssecretaris Eva de Bleeker verklapt ‘per ongeluk’ de prijzen van de Corona vaccins die de EU heeft ingekocht. Die prijsonderhandelingen zijn geheim. Vaccin AstraZeneca met € 1,78 het goedkoopst en Moderna met $ 18,00 per dosis het duurste. #coronavaccin pic.twitter.com/UNzN6jcOUM
— Apotheek Valkenburg | Valkenburg ZH (@Apo_Valkenburg) December 18, 2020
A Comissão Europeia recusou comentar o assunto. "Tudo o que tem a ver com informação sobre os preços das vacinas é sigiloso. E isso é algo muito importante", indicou, Stefan de Keersmaecker, um dos porta-vozes da Comissão Europeia, que, no entanto, não negou a veracidade da divulgação feita por Eva de Bleeker.
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