O encerramento das fronteiras destina-se aos turistas estrangeiros dos países vizinhos à Argentina (Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile), únicos que passaram a poder entrar na Argentina desde o dia 02 de novembro.
"Fica suspendida a prova piloto que autorizou a entrada de turistas estrangeiros provenientes dos países limítrofes tanto pelo terminal aéreo (Buenos Aires) quanto pelo portuário (turistas uruguaios, especificamente)", anuncia uma nota da Presidência argentina, esclarecendo ainda que os poucos pontos terrestres da fronteira que estavam habilitados também serão fechados para os estrangeiros.
Só poderão entrar na Argentina os próprios argentinos e os estrangeiros residentes. Mesmo assim, deverão obedecer dois requisitos: um exame PCR negativo e uma quarentena obrigatória de sete dias por mais que o resultado do exame seja negativo.
As medidas entram em vigor a partir das 00:00 do dia 25 e irão vigorar até 08 de janeiro, pelo menos. O objetivo é conter a circulação de turistas durante as festas de fim-de-ano.
Além disso, todos os voos de origem ou destino que envolvem Itália, Dinamarca, Países Baixos e Austrália ficam suspensos e somam-se à proibição iniciada na segunda-feira em relação ao Reino Unido. Essas suspensões estão relacionadas com a nova estirpe do coronavírus.
As exceções a todas as medidas são os diplomatas, funcionários públicos, pessoal essencial, pessoal relacionado ao transporte de carga internacional e atletas para eventos específicos.
A Argentina já não permitia turistas para além dos países limítrofes, mas ainda mantinha alguns poucos voos desses países com passageiros que tinham outros propósitos que não fossem turismo.
A medida que suspende a entrada de turistas de países vizinhos aponta principalmente para os turistas do Brasil. Os brasileiros são os estrangeiros que mais visitam a Argentina, responsáveis pela metade do turismo receptivo internacional. São também os que mais gastam. Foram, por isso, o principal alvo para a abertura da fronteira turística aérea (não terrestre) a partir de 02 de novembro, quando a Argentina decidiu abrir as viagens com propósitos turísticos para a cidade de Buenos Aires, unicamente.
Há menos de dois meses, a Argentina observava que os casos de covid-19 no Brasil diminuíam sensivelmente. Já no final de novembro, a tendência tinha-se invertido. O aumento do contágio no Brasil voltou a assustar os países da região, por mais que os turistas precisassem chegar com um teste de PCR negativo, realizado 72 horas antes.
O Governo entendia que, depois de uma desvalorização de 200% do peso argentino em um ano, a Argentina estava "barata" para turistas com moeda estrangeira que movimentariam lojas, bares e restaurantes depois da prolongada quarentena de oito meses.