Venezuela compra 10 milhões de doses de vacinas Sputnik V à Rússia

O Governo venezuelano anunciou, terça-feira, que assinou com a Rússia um contrato de aquisição da vacina russa Sputnik V contra o novo coronavírus, em quantidade suficiente para vacinar 10 milhões de cidadãos.

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Lusa
30/12/2020 06:52 ‧ 30/12/2020 por Lusa

Mundo

Venezuela

 

"A Venezuela assinou um contrato de aquisição da vacina Sputnik V. Nesta primeira etapa assinámos para vacinar 10 milhões de pessoas", anunciou a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, através da televisão estatal local.

A assinatura do acordo teve lugar durante um ato em Caracas, no qual participaram ainda os ministros venezuelanos de Relações Exteriores e da Saúde, Jorge Arreaza e Carlos Alvarado, respetivamente, e também o embaixador da Rússia na Venezuela, Serguéi Melik-Bagdasarov.

Segundo Delcy Rodríguez "é muito importante o passo em frente que a Rússia deu com uma vacina segura" que "é muito segura" e que está na terceira fase de ensaio clínico.

"Já estamos preparados para começar a vacinar a nossa população o mais rápido possível, fazendo ao mesmo tempo todas as gestões possíveis, para que os recursos bloqueados [devido às sanções norte-americanas] sejam libertados para que a Venezuela tenha acesso a [mais] vacinas e a um fundo de vacinação [da ONU]", disse.

Por outro lado, precisou que a Venezuela recebeu, em outubro, o primeiro lote de vacinas da Rússia, tendo-se convertido no primeiro país da América Latina a participar no processo de testes da Sputnik V.

O embaixador russo na Venezuela, Serguéi Melik-Bagdasarov, agradeceu a compra dos medicamentos e elogiou o "trabalho muito importante realizado pelos médicos venezuelanos com os ensaios clínicos".

As novas vacinas, segundo o Presidente, Nicolás Maduro, vão ser "distribuídas gratuitamente" a toda a população" radicada no país, independentemente da sua nacionalidade.

"Nos próximos 90 dias a Venezuela vacinará 10 milhões de compatriotas priorizados por idade, profissão e por nível de vulnerabilidade", disse Nicolás Maduro num ato transmitido pela televisão estatal.

Na Venezuela estão confirmados 112.861 casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus, 1.021 mortes associadas à covid-19. Mais de 106.637 pessoas recuperaram da doença.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.

As autoridades venezuelanas preveem anunciar, nos próximos dias, novas medidas de biossegurança, que vão ser ativadas a partir de janeiro de 2021, devido a um "ligeiro aumento de casos".

As novas medidas passam pela modificação da flexibilização aplicada durante o mês de dezembro, para uma quarentena restrita de pelo menos 14 dias.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.775.272 mortos resultantes de mais de 81,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

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