O Reino Unido reportou, esta quarta-feira, 50.023 novos casos de infeção pelo novo coronavírus e 981 óbitos. O número diário de mortes não era tão elevado desde abril.
Recorde-se que o país registou ontem um novo máximo diário de contágios, com 53.135 infetados em 24 horas.
Desde o início da pandemia no país, 2.436.000 pessoas contraíram o vírus, das quais 72.548 morreram.
O número de infetados hospitalizados chegou a 23.771, mais 1.251 do que na véspera e acima dos valores registados no pico anterior da pandemia, na primavera.
O nível elevado de infeções levou o ministro da Saúde, Matt Hancock, a anunciar no parlamento que é necessário colocar sob confinamento mais regiões do centro, sul e norte da Inglaterra a partir de quinta-feira para conter a propagação do vírus.
Assim, cerca de 75% da população vai passar a estar no nível 4, o mais alto da escala de restrições, que implica o encerramento de bares e restaurantes, salvo se estes venderem para fora, cinemas, teatros e hotéis.
Nessas áreas, os moradores são aconselhados a ficar em casa exceto para comprar comida, trabalhar, estudar ou fazer exercício, a mesma recomendação dada durante os anteriores períodos de confinamento.
Quanto às escolas secundárias, previstas para reabrir na próxima semana, o governo decidiu adiar o regresso às aulas por uma ou duas semanas, dependendo do ano de escolaridade.
A maioria das escolas primárias poderão funcionar normalmente na próxima semana, mas num "pequeno número de áreas" de Inglaterra, onde as taxas de infeção de covid-19 são mais altas, vão continuar temporariamente fechadas.
Esta manhã, o Ministério da Saúde britânico anunciou ter aceitado uma recomendação da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde para autorizar o uso da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca.
O Reino Unido comprou 100 milhões de doses da vacina e planeia começar as injeções dentro de alguns dias.
Cerca de 800 mil pessoas no Reino Unido já receberam uma vacina diferente, produzida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e pela empresa alemã BioNTech.
Resultados parciais de estudos em quase 24.000 pessoas na Grã-Bretanha, Brasil e África do Sul sugerem que a vacina Oxford/AstraZeneca é segura e cerca de 70% eficaz na prevenção da infeção por coronavírus, um nível aparentemente inferior a outras vacinas concorrentes.
Porém, o presidente executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, disse recentemente ao jornal Sunday Times que está confiante de que a vacina será tão eficaz quanto as suas rivais.
As vacinas contra o coronavírus são normalmente administradas em duas doses, com uma injeção inicial seguida de um reforço entre três a quatro semanas depois.
Mas o governo britânico mudou a abordagem e disse que vai dar uma dose da AstraZeneca ao maior número possível de pessoas, que se acredita dar um grande grau de proteção contra o vírus, e uma segunda dose 12 semanas depois, mantendo a prioridade dada a pessoas mais vulneráveis e com maior risco.
"O lançamento começará a 04 de janeiro e acelerará verdadeiramente nas primeiras semanas do ano", afirmou o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, à Sky News.
A vacina Oxford-AstraZeneca tem a vantagem de custar menos e ser mais fácil de administrar porque pode ser guardada em frigoríficos normais, em vez das temperaturas muito baixas necessárias para a vacina Pfizer/BioNTech.
[Notícia atualizada às 17h34]