Num relatório publicado esta terça-feira, o B'Tselem, o grupo de defesa dos direitos humanos mais reconhecido de Israel, afirma que a nação do Médio Oriente deixou de ser uma democracia e que se tornou num “regime do apartheid” que pretende “cimentar a supremacia” dos judeus sobre os palestinianos, de acordo com a CNN. O relatório tem o título de ‘Um regime de supremacia judaica do rio Jordão ao mar Mediterrâneo: Isto é apartheid’.
O B'Tselem refere que a visão tradicional de Israel como uma democracia que opera paralelamente à ocupação temporária israelita em territórios “impostos a cerca de cinco milhões de palestinianos…está divorciada da realidade”.
“Mais importante, a distinção ofusca o facto de que toda a área entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo está organizada sob um princípio único: avançar e cimentar a supremacia de um grupo – judeus – sobre outro – palestinianos”, acrescentou o grupo de direitos humanos.
Para o B'Tselem, anos de injustiça contra os palestinianos resultaram em leis que entranharam a discriminação, o que, para este grupo, significa que “a fasquia para definir o regime israelita como apartheid foi atingida”.
“Israel não é uma democracia com uma ocupação temporária ligada a si. É um regime entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, e temos de olhar para o panorama geral e vê-lo como é: apartheid. Este olhar sério à realidade não tem de levar ao desespero, mas sim o contrário. É um apelo à mudança. Afinal, as pessoas criaram este regime, e as pessoas podem mudá-lo”, fez notar o diretor executivo do B'Tselem, Hagai El-Ad.
A organização apela à “ação” da comunidade internacional face às políticas de Israel relativamente ao povo palestiniano.
Na última década, os tradicionais aliados europeus de Israel têm seguido com preocupação a constante perda de território palestiniano para os colonatos judeus na Cisjordânia, que são considerados ilegais pela lei internacional.