Dois milhões de vacinas contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford deveriam chegar ao Brasil ainda este sábado, segundo previsões do próprio ministro da Saúde brasileiro, Eduardo Pazuello, que reafirmou que a vacinação terá início este mês.
Contudo, o avião, que tinha a sua partida para Mumbai, Índia, prevista para esta quinta-feira, permanece ainda na cidade brasileira de Recife, a aguardar ordens para descolar.
"Foi tudo acertado para disponibilizar dois milhões de doses. Só que hoje [sexta-feira], neste exato momento, está a começar a vacinação na Índia. É um país com 1,3 mil milhões de habitantes. Então, resolveu-se, e não foi decisão nossa, atrasar um ou dois dias, até que o povo comece a ser vacinado lá", disse o Presidente, em entrevista à TV Bandeirantes.
"Lá também tem as pressões políticas de um lado e de outro. Isso daí, no meu entender, daqui a dois, três dias, no máximo, o nosso avião vai partir e vai trazer esses dois milhões de doses de vacinas para cá", declarou Bolsonaro.
A programação do voo prevê que, depois de receber a carga com as doses da vacina na Índia, o avião rume a Lisboa. No Brasil, o regresso da aeronave, da companhia aérea Azul, está previsto para o Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
Para o início da imunização, o Governo brasileiro dispõe de oito milhões de doses de vacinas, das quais dois milhões serão das desenvolvidas pela AstraZeneca/Universidade de Oxford e seis milhões correspondem à Coronavac, outro imunizante que foi produzido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Ambas as vacinas foram descritas como "muito promissoras" pelo ministro da Saúde e aguardam autorização para o seu uso em caráter urgente pela agência reguladora, que deve anunciar a sua decisão sobre estes pedidos no próximo domingo.
Após a aprovação do órgão regulador, o Ministério da Saúde brasileiro planeia iniciar a distribuição das doses da campanha nacional de vacinação contra a covid-19 em "três ou quatro dias", segundo os cálculos mais "otimistas" do Governo.
Pazuello também destacou que Manaus, cidade que enfrenta um grave colapso hospitalar, é a "prioridade nacional" neste momento, embora não tenha deixado claro se a capital amazónica terá preferência no que diz respeito ao recebimento das vacinas.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (208.246, em mais de 8,3 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou mais de 2 milhões de mortos resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.