Num comunicado hoje divulgado, citado pela agência Efe, o Governo guatemalteco, presidido por Alejandro Giammattei, pede às autoridades hondurenhas que estanquem a saída de migrantes "de forma permanente" através de "ações preventivas" para "garantir a segurança nacional e da região".
As nove mil pessoas que entraram na Guatemala nas últimas horas fazem parte de uma caravana de migrantes organizada nas Honduras e que saiu de San Pedro Sula em momentos diferentes entre quarta e sexta-feira.
Os hondurenhos tentam chegar aos Estados Unidos para conseguirem melhores condições de vida, longe da pobreza e da violência que afeta o país, especialmente depois da pandemia de covid-19 e dos furacões Eta e Iota, que atingiram a Guatemala em novembro passado.
O Governo de Alejandro Giammattei também pediu aos executivos da América Central que "tomem as medidas adequadas" em relação à migração, após terem sofrido "uma transgressão da soberania nacional".
O grupo avança agora em direção ao México, próximo destino antes dos Estados Unidos.
O Instituto Guatemalteco da Migração confirmou que os migrantes conseguiram passar o cordão policial e indicou que vai "dar acompanhamento" à caravana "para evitar incidentes na estrada".
Os migrantes, que incluem homens, mulheres e crianças, partiram a pé de San Pedro Sula, a segunda maior cidade das Honduras, 180 quilómetros a norte de Tegucigalpa, capital do país.
O executivo da Guatemala decretou na quinta-feira o estado de prevenção em sete departamentos do país, face à chegada anunciada da caravana de migrantes hondurenhos, e reafirmou durante o dia que impediria a entrada no território a quem não cumprisse os requisitos para entrar no país, incluindo testes à covid-19.
Entre quinta e sexta-feira, 217 hondurenhos e três salvadorenhos foram detidos por entrarem ilegalmente na Guatemala, enquanto um grupo de 600 migrantes regressou voluntariamente às Honduras, segundo a Efe. Entre os detidos, há pelo menos 41 menores, incluindo oito com menos de dez anos.
Há várias semanas que se multiplicam mensagens nas redes sociais a promover a primeira caravana de migrantes hondurenhos do ano.
Os migrantes esperam conseguir chegar aos Estados Unidos, apesar de as autoridades norte-americanas, e também as da Guatemala e México, terem avisado que não permitirão a entrada de pessoas em situação irregular ou indocumentadas, alegando riscos de contágio, por causa da pandemia.