O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia expressou, num comunicado, a sua "profunda preocupação" com a detenção de Navalny, no domingo, depois do seu regresso à Rússia desde a Alemanha, onde recuperou de um envenenamento, em agosto de 2020, pelo qual responsabiliza diretamente o Presidente russo, Vladimir Putin.
O Serviço Federal Penitenciário da Rússia, que emitiu um mandado de busca e captura contra o opositor do regime russo, em dezembro passado, já pediu aos tribunais para que convertam em pena real a condenação de três anos e meio que foi imposta a Navalny.
Tal como vários outros países e organizações, a Ucrânia condena a decisão de detenção do líder da oposição russa, apelando à comunidade internacional para contrariar a "estratégia repressiva" de Moscovo.
"Olhamos para a situação de Navalni como a continuação da prática vergonhosa do Kremlin de atacar os direitos humanos e suprimir a liberdade de expressão", disse a diplomacia ucraniana, no mesmo comunicado.
"Exigimos que as autoridades russas libertem imediatamente todos os presos políticos, incluindo cidadãos ucranianos detidos ilegalmente pelas autoridades russas. Também pedimos à comunidade internacional para que tome medidas mais decisivas para condenar as práticas repressivas das autoridades russas", conclui o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
Kiev afirma que "a detenção sistemática" de figuras consideradas incómodas pelo Kremlin e "a perseguição" de políticos e de figuras públicas, membros de minorias nacionais e jornalistas é contrária às obrigações internacionais da Rússia e aos acordos de direitos humanos que a Rússia subscreveu.
Navalny regressou à Rússia depois de quase cinco meses de tratamento médico na Alemanha, após ter sido envenenado com uma substância tóxica de uso militar, ato que, segundo o ativista, foi ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin.
Em 20 de agosto de 2020, Navalny sentiu-se mal e desmaiou durante um voo doméstico na Rússia, e foi transportado dois dias depois em coma para a Alemanha para ser tratado.
Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas demonstraram que esteve exposto a um agente neurotóxico, do tipo Novichok, da era soviética.
As autoridades russas têm rejeitado todas as acusações de envolvimento no envenenamento.
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