Mortes aumentam em 30 Estados norte-americanos e no distrito federal
As mortes por covid-19 estão a aumentar em trinta Estados norte-americanos, à medida que se aproxima da barreira dos 400 mil óbitos, quando surgem alertas de uma nova estirpe altamente contagiosa.
© Reuters
Mundo Covid-19
Enquanto os norte-americanos festejavam hoje o Dia de Martin Luther King, o governador de Nova Iorque, Andrew Coumo, pedia às autoridades federais que reduzissem as viagens de países onde as novas estirpes do novo coronavírus se têm propagado.
Referindo-se às novas variantes detetadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil, o democrata disse: "Impeçam essas pessoas de virem para aqui [Estados Unidos da América]... Por que estão a permitir que as pessoas voem para este país e já é tarde demais?".
O governo dos Estados Unidos da América (EUA) já limitou viagens de alguns dos lugares onde as novas estirpes se têm propagado -- como o Reino Unido e o Brasil -- e recentemente anunciou que exigiria um teste negativo à covid-19 a qualquer pessoa que viajasse para o país.
A variante que surgiu no Reino Unido já está a espalhar-se nos EUA e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) alertou que se tornará a versão dominante no país em março.
O CDC disse que a estirpe é cerca de 50% mais contagiosa que do que aquela que está a provocar a maior parte dos casos nos EUA.
Embora a estirpe não cause doenças mais graves, pode provocar mais internamentos hospitalares e morte, porque se espalha com mais facilidade.
No Reino Unido, um surto da nova estirpe agravou e sobrecarregou os hospitais, tendo sido responsabilizado por contágios em alguns países europeus.
Muitos Estados norte-americanos já estão em grande pressão.
A média de mortes diária está a aumentar em 30 Estados (mais de dois terços do número total) e no Distrito de Colúmbia, e hoje o número de mortos nos EUA ultrapassou os 398 mil, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, o maior número registado em qualquer outro país no mundo.
A professora assistente de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston Ellie Murray disse que os casos proliferam em parte por causa das reuniões no Natal e no Ano Novo, tendo agravado os picos anteriores do Dia de Ação de Graça e o regresso dos estudantes às escolas e às universidades.
"O ritmo de qualquer propagação futura dependerá se aqueles que se reuniram com a família e os amigos sejam colocados em quarentena ou se voltaram para escola ou para o trabalho", disse Ellie Murray.
Um dos estados com a situação mais complicada por causa do aumento de óbitos é o Arizona, onde a média aumentou, nas duas últimas semanas, de cerca de 90 mortes diárias para cerca de 160 no domingo.
No meio do aumento de casos, está a haver um grande esforço para vacinar os norte-americanos -- o que Andrew Coumo chamou de "uma corrida a pé" entre a taxa de vacinação e da taxa de infeção.
De acordo com os últimos dados federais, cerca de 31, 2 milhões de doses da vacina foram distribuídas, mas apenas cerca de 10,6 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose. Em alguns casos, os aumentos de vacinas não atendem aos pedidos.
Na Califórnia, os condados estão a implorar por mais vacinas enquanto o Estado tenta reduzir uma alta taxa de infeção que levou a um número recorde de internamentos e mortes.
A taxa de mortalidade por covid-19 no condado de Los Angeles chega a quase uma pessoa a cada seis minutos.
No domingo, o Distrito de Gestão da Qualidade do Ar da Costa Sul suspendeu alguns limites de controlo da poluição sobre o número de cremações por pelo menos 10 dias, para lidar com a acumulação de corpos nos hospitais e nas funerárias.
Noutras áreas do país, as autoridades estão a trabalhar para garantir que as pessoas tomem a vacina assim que ela for oferecida.
Os Estados Unidos registaram 2.109 mortos e 198.477 infetados com o novo coronavírus em 24 horas, segundo a contagem independente da Universidade Johns Hopkins.
O país contabiliza agora 23.923.062 casos e 397.494 óbitos por covid-19 desde o início da pandemia.
Espera-se que o país quebre a barreira das 400.000 mortes entre segunda-feira e terça-feira.
O estado de Nova Iorque continua a ser o mais duramente atingido pela pandemia com 40.993 mortes, da Califórnia com 33.551.
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