Matteo Salvini falava no Senado, onde Conte espera ter hoje apoio suficiente para preservar o seu Governo, após Matteo Renzi ter anunciado na semana passada que o seu partido, Italia Viva, tinha retirado o apoio à atual coligação no poder.
"Se você está a fazer tudo bem, qual é o problema de pedir a opinião dos italianos?", questionou o líder do Liga, ao mesmo tempo que acusou Giuseppe Conte de não procurar partidos responsáveis no Parlamento para evitar uma crise durante a pandemia, procurando ao invés "cúmplices para não perder o poder".
Segundo as sondagens, as intenções de voto para umas eleições legislativas dão vitória à coligação de direita formada pelo Liga, Irmãos de Itália e Forza Italia, noticia a agência EFE.
Savini lembrou ainda que em agosto de 2019 o chefe do executivo 'rompeu' o Governo que mantinha naquela altura com o Movimento 5 Estrelas (M5S), numa decisão mal calculada pois pensou que existiriam eleições em Itália, mas ao invés disso o M5S aliou-se ao Partido Democrata (PD), Italia Viva e Livres e Iguais.
Para o líder do Liga, "há um ano e meio" que se formou um Governo com "o único objetivo de não fazer eleições para que a direita não ganhe".
"Que estranha democracia esta", apontou Savini, lembrando que agora que existe uma nova rutura, o executivo está a "discutir novamente" se tem apoio parlamentar para se manter no poder.
"Colocar em causa um Governo que falhou em tudo não é um direito, é um dever de todo cidadão italiano", acrescentou.
Giuseppe Conte obteve na segunda-feira 'um voto de confiança' na Câmara dos Deputados e espera obter hoje também o apoio do Senado.
Os números neste órgão são 'mais apertados' e podem resultar numa maioria simples, entre 153 e 158 senadores, ao contrário dos 161 necessários para ter uma maioria absoluta.
Apesar disso, Conte pode seguir em frente no poder, num cenário em que terá de ter a aprovação do Presidente da República, Sergio Mattarella, que até o momento pediu maiorias estáveis.