Governo de Giuseppe Conte garante maioria simples no Senado em Itália

O Governo liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte recebeu hoje o apoio de maioria simples no Senado italiano, depois de ter garantido a confiança da Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, na segunda-feira.

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© Francisco Seco/Pool via REUTERS

Lusa
19/01/2021 22:09 ‧ 19/01/2021 por Lusa

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Itália

Roma, 19 jan 2021 (Lusa) -- O Governo liderado pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte recebeu hoje o apoio de maioria simples no Senado italiano, depois de ter garantido a confiança da Câmara dos Deputados, por maioria absoluta, na segunda-feira.

No total, 156 senadores dos 161 necessários para obter a maioria absoluta apoiaram o executivo de Conte, enquanto 140 votaram contra, noticia a agência EFE.

O chefe de executivo conta agora com uma maioria fraca, mas suficiente no Senado, caso decida continuar a liderar o país.

Esse cenário, permitido pela Constituição, tem de ter a aprovação do Presidente da República, Sergio Mattarella, que nos últimos dias tinha pedido maiorias estáveis.

Conte pode também agregar outros apoios nos próximos dias, incluindo o de um senador do Movimento 5 Estrelas (M5S), que não compareceu na sessão de hoje por estar infetado com covid-19.

Os partidos M5S, Partido Democrático (PD) e Livre e Igualdade, todos numa coligação governamental, dois senadores do Forza Italia, vários do Grupo Misto e também pelo menos três senadores vitalícios apoiaram o atual executivo.

O primeiro-ministro italiano irá agora procurar manter o seu Governo, embora sem o apoio do partido Italia Viva no Senado, o que o deixa numa posição mais fraca do que anteriormente, onde tinha uma maioria absoluta, quer no Senado, quer na Câmara dos Deputados.

Conte, ao contrário de criticar o Senado, destacou que irá estudar com as forças governamentais e com aquelas que o têm apoiado uma possível reorganização do seu executivo.

"Vamos avaliar uma questão que já estávamos a analisar, como o fortalecimento da equipa do Governo", atirou.

Previsivelmente, Conte irá amanhã ao Presidente da República, Sergio Mattarella, para discutir a situação atual da sua administração, sendo esperada a aprovação deste.

Não será a primeira vez que a Itália é governada por um executivo sem maioria absoluta num dos órgãos, num país que já teve 66 governos em 73 anos de democracia.

Itália já foi liderada por 13 Governos sem maioria absoluta, presididos por figuras como os democratas-cristãos Alcide De Gasperi e Giulio Andreotti, o conservador Silvio Berlusconi ou o esquerdista Massimo D'Alema, que duraram um ou dois anos no máximo. 

Giuseppe Conte tinha obtido na segunda-feira 'um voto de confiança' na Câmara dos Deputados.

O voto de confiança dos deputados surgiu depois de Matteo Renzi ter aberto uma crise política, após semanas de críticas ao governo de Conte.

Em 13 de janeiro, duas ministras italianas apresentaram a demissão e abriram uma crise política, dado que ambas pertencem ao partido Itália Viva (IV), integrado na coligação governamental, deixando o primeiro-ministro Giuseppe Conte sem a maioria no Senado.

Numa conferência de imprensa, o presidente do IV, o antigo primeiro-ministro Matteo Renzi anunciou a demissão das ministras da Agricultura, Teresa Bellanova, e da Família, Elena Bonetti.

Terceira economia da zona euro e o primeiro país europeu a ser atingido duramente pela epidemia, Itália enfrenta a sua pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.

Uma crise governamental poderá ainda dificultar a aprovação de um novo plano de ajudas públicas de vários milhares de milhões de euros para apoiar os setores mais afetados pelos confinamentos para travar a progressão do novo coronavírus.

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