Essa carta de intenções reúne mais de um milhar de autores, editores, agentes e outros profissionais da área do livro e da edição, na pretensão de impedir que as editoras norte-americanas negoceiem acordos para a publicação de memórias com a administração do presidente cessante dos Estados Unidos.
Os signatários desta "carta de intenções", entre os quais se encontram nomes como Celeste Ng, autora de "Pequenos fogos em todo o lado", Chuck Wendig, autor de Star Wars e Kathy Sandler, sócia-gerente da editora Penguin Random House, afirmam que "quem permitiu, promulgou e encobriu crimes contra o povo americano não deve ser enriquecido através dos cofres das editoras".
"Todos adoramos a publicação de livros, mas temos de ser honestos - o nosso país está onde está, em parte porque o mercado editorial tem perseguido o dinheiro e a notoriedade de algumas pessoas bastante suspeitas, e tem-lhes concedido tanto o imprimatur de respeitabilidade como muito dinheiro através de belíssimos contratos de edição", começa por declarar o abaixo-assinado.
Como membros da comunidade da escrita e da publicação dos Estados Unidos, os proponentes da carta afirmam que "a participação na administração de Donald Trump" deve ser considerada critério único pelas editoras ao considerarem a negociação de livros.
"Nenhum participante numa administração que enjaulou crianças, realizou cirurgias involuntárias em mulheres presas, e ridicularizou a ciência, enquanto milhões eram infetados com um vírus mortal, deveria enriquecer graças ao negócio dos livros", justificam, acrescentando: "E ninguém que tenha incitado, subornado, instigado, ou, de alguma forma, apoiado a tentativa de golpe de 06 de janeiro de 2021, deveria ter as suas filosofias remuneradas e divulgadas através das nossas queridas editoras".
No final da carta, escritores, editores, jornalistas, agentes e profissionais nas múltiplas formas de edição, que a assinam, afirmam acreditar "no poder das palavras" e dizem-se "fartos" de que a indústria que amam "enriqueça os monstros", pelo que tudo farão "para o impedir".
O democrata Joe Biden tomou posse hoje como 46.º Presidente dos EUA, após ter feito o juramento de funções perante o presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, nas escadas do Capitólio, em Washington.
Joe Biden - que sucede a Donald Trump, após ter vencido o republicano nas eleições presidenciais de 03 de novembro - prestou juramento na escadaria oeste do Capitólio, numa cerimónia sob um forte dispositivo de segurança, após o violento ataque ao Congresso, na passada semana, por uma multidão de apoiantes de Donald Trump.
"É um novo dia para a América", escreveu Biden, 78 anos, três horas antes da posse como Presidente, na sua conta da rede social Twitter, momentos depois de ter assistido a uma cerimónia religiosa em Washington, acompanhado da mulher, Jill, e de Kamala Harris, que também tomou hoje posse como sua vice-Presidente.