Centenas apelam ao boicote às memórias da administração Trump

Mais de mil profissionais da área da edição nos Estados Unidos assinaram uma carta aberta, na qual apelam aos editores para boicotarem a eventual publicação de livros de memórias de membros da administração de Donald Trump.

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© REUTERS/Carlos Barria

Lusa
20/01/2021 17:29 ‧ 20/01/2021 por Lusa

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Essa carta de intenções reúne mais de um milhar de autores, editores, agentes e outros profissionais da área do livro e da edição, na pretensão de impedir que as editoras norte-americanas negoceiem acordos para a publicação de memórias com a administração do presidente cessante dos Estados Unidos.

Os signatários desta "carta de intenções", entre os quais se encontram nomes como Celeste Ng, autora de "Pequenos fogos em todo o lado", Chuck Wendig, autor de Star Wars e Kathy Sandler, sócia-gerente da editora Penguin Random House, afirmam que "quem permitiu, promulgou e encobriu crimes contra o povo americano não deve ser enriquecido através dos cofres das editoras".

"Todos adoramos a publicação de livros, mas temos de ser honestos - o nosso país está onde está, em parte porque o mercado editorial tem perseguido o dinheiro e a notoriedade de algumas pessoas bastante suspeitas, e tem-lhes concedido tanto o imprimatur de respeitabilidade como muito dinheiro através de belíssimos contratos de edição", começa por declarar o abaixo-assinado.

Como membros da comunidade da escrita e da publicação dos Estados Unidos, os proponentes da carta afirmam que "a participação na administração de Donald Trump" deve ser considerada critério único pelas editoras ao considerarem a negociação de livros.

"Nenhum participante numa administração que enjaulou crianças, realizou cirurgias involuntárias em mulheres presas, e ridicularizou a ciência, enquanto milhões eram infetados com um vírus mortal, deveria enriquecer graças ao negócio dos livros", justificam, acrescentando: "E ninguém que tenha incitado, subornado, instigado, ou, de alguma forma, apoiado a tentativa de golpe de 06 de janeiro de 2021, deveria ter as suas filosofias remuneradas e divulgadas através das nossas queridas editoras".

No final da carta, escritores, editores, jornalistas, agentes e profissionais nas múltiplas formas de edição, que a assinam, afirmam acreditar "no poder das palavras" e dizem-se "fartos" de que a indústria que amam "enriqueça os monstros", pelo que tudo farão "para o impedir".

O democrata Joe Biden tomou posse hoje como 46.º Presidente dos EUA, após ter feito o juramento de funções perante o presidente do Supremo Tribunal, John Roberts, nas escadas do Capitólio, em Washington.

Joe Biden - que sucede a Donald Trump, após ter vencido o republicano nas eleições presidenciais de 03 de novembro - prestou juramento na escadaria oeste do Capitólio, numa cerimónia sob um forte dispositivo de segurança, após o violento ataque ao Congresso, na passada semana, por uma multidão de apoiantes de Donald Trump.

"É um novo dia para a América", escreveu Biden, 78 anos, três horas antes da posse como Presidente, na sua conta da rede social Twitter, momentos depois de ter assistido a uma cerimónia religiosa em Washington, acompanhado da mulher, Jill, e de Kamala Harris, que também tomou hoje posse como sua vice-Presidente.

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