Em Paris, centenas de pessoas manifestaram-se em frente ao Ministério da Saúde agitando cartazes pedindo melhores condições de trabalho e aumento de salários.
"Dinheiro para o hospital, não para o capital!" e "A Nossa luta, a sua saúde" eram inscrições em alguns dos cartazes empunhados por profissionais de saúde e de segurança social que saíram à rua em diversas cidades francesas.
"Nos nossos estabelecimentos faltam muitos profissionais", disse Mireille Stivala, secretária-geral da central sindical CGT, acrescentando que os seus associados consideram que é preciso aumentos salariais para tornar estas áreas de emprego mais atrativas, quando a pandemia revela que os meios humanos para a combater são insuficientes.
"Também denunciamos que, apesar da pandemia, apesar das dificuldades em acomodar as populações, este Governo ainda está a reestruturar estabelecimentos e a cortar empregos", disse Stivala.
Ramos Vila, secretário-geral do Sindicato Social de Saúde do sul de França, salientou a necessidade de oferecer condições de trabalho dignas para todos os trabalhadores da área da saúde e da segurança social.
Em Marselha, vários milhares de manifestantes, de acordo com a CGT, também se manifestaram, agitando cartazes que diziam "Sem euros, sem emprego" ou "Quem semeia miséria colhe a ira".
Os protestos acontecem no dia em que o Governo francês admitiu a possibilidade de um novo confinamento geral, se a variante britânica do novo coronavírus aumentar significativamente em França.
"Se a presença dessa variante aumentar significativamente e seguirmos a trajetória do Reino Unido, o confinamento geral provavelmente será uma necessidade absoluta", disse Olivier Véran, ministro da Saúde francês.
"Quando falo de corrida contra o tempo, peso as minhas palavras. (...) É um fator determinante para os dias, as semanas e os meses que virão", acrescentou o ministro.
Em França, a variante britânica do novo coronavírus representa, nesta altura, apenas cerca de 1,4% da contaminação diária total de covid-19, de acordo com relatórios desta semana.
Outras variantes, incluindo uma detetada inicialmente na África do Sul, também preocupam as autoridades francesas, já que, além de mais transmissíveis, como a variante britânica, parecem ameaçar comprometer a eficácia das vacinas contra a covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.075.698 mortos resultantes de mais de 96,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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