Estirpe do Reino Unido "poderá ser mais mortal", diz Boris Johnson
Os dados foram analisados por cientistas do New and Emerging Respiratory Virus Threats Advisory Group e comunicados ao governo britânico. No entanto, os resultados são ainda preliminares.
© Dominic Lipinski - WPA Pool/Getty Images
Mundo covid
O primeiro-ministro britânico referiu durante uma conferência de imprensa, em Downing Street, que a nova estirpe do novo coronavírus identificada no Reino Unido "poderá ser mais mortal".
Segundo Boris Johnson, "além de se espalhar mais rapidamente agora também parece que há algumas provas de que a nova variante, a que foi inicialmente identificada em Londres e no sudeste, poderá estar associada a um maior grau de mortalidade".
Mas, apesar disso, "todas as provas até agora continuam a demonstrar" que as vacinas que estão a ser distribuídas no país continuam a ser eficazes contra a variante conhecida, até então, da Covid-19 e contra a nova, referiu o principal assessor científico do Governo, Patrick Vallance, ao lado do chefe do governo britânico, acrescentando que o programa de vacinação continua com um número recorde de vacinas administradas na quinta-feira (mais de 400 mil).
Prime Minister Boris Johnson says 'there is some evidence the UK variant of #COVID19 may be associated with a higher degree of mortality', but adds 'all current evidence shows both vaccines remain effective against the old and new #coronavirus variant'.https://t.co/nQXN4wOC7I pic.twitter.com/0ofRQkoHab
— Sky News (@SkyNews) January 22, 2021
Disse também que a informação "ainda não é conclusiva", mas existem sinais de que a nova variante cause a morte de 1,3%-1,4% dos infetados com cerca de 60 anos, contra uma média de 1% da variante anterior, sendo o agravamento semelhante nos outros grupos etários.
"Ainda existe muita incerteza sobre estes números e precisamos de mais trabalho para torná-los mais precisos, mas existe uma preocupação que exista um aumento na mortalidade bem como na transmissão", acrescentou.
Os dados sobre a nova estirpe foram analisados por cientistas do New and Emerging Respiratory Virus Threats Advisory Group e comunicados ao governo britânico. No entanto, os resultados são ainda preliminares. Alguns estudos já demonstraram que pode espalhar-se mais rápido do que a versão anterior do vírus.
Esta nova estirpe do novo coronavírus foi detetada pela primeira vez em Kent, em setembro do ano passado. Desde então tornou-se a variante dominante do vírus em Inglaterra e na Irlanda do Norte e já se espalhou para mais de 50 países, incluindo Portugal.
O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, através do Núcleo de Bioinformática do seu Departamento de Doenças Infeciosas estima que desde o início de dezembro tenham sido registados a circular em Portugal cerca de 30 mil casos com a variante recentemente identificada no Reino Unido.
[Notícia atualizada às 17h56]
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