Decisores condenam manifestantes que entraram em confronto com polícia

Políticos e líderes locais condenaram hoje os manifestantes que entraram em confronto com a polícia no domingo, em cerca de 10 vilas e cidades dos Países Baixos, na segunda noite do recolher obrigatório devido à covid-19.

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Lusa
25/01/2021 13:51 ‧ 25/01/2021 por Lusa

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Covid-19

 

"É inaceitável", considerou o primeiro-ministro, Mark Rutte, afirmando que a situação já "não tem nada a ver com protestos", constituindo antes "violência criminosa".

"E é assim que a vamos tratar", garantiu.

A região mais afetada foi Eindhoven, onde a polícia entrou em confronto com centenas de manifestantes que incendiaram um carro, atiraram pedras e foguetes contra polícias, partiram janelas e saquearam um supermercado na estação ferroviária da cidade.

"A minha cidade está a chorar e eu também", disse o presidente da câmara municipal de Eindhoven, John Jorritsma, numa conferência de imprensa improvisada e emotiva, realizada no domingo à noite.

Considerando os manifestantes como "a escória da terra", Jorritsma alertou para as consequências.

"Receio que, se continuarmos por este rumo, estejamos a caminho de uma guerra civil", disse.

O motim coincidiu com o primeiro fim de semana do novo recolher obrigatório nacional - entre as 21h00 e as 04h30 -, mas os responsáveis municipais enfatizaram que a violência não foi obra de cidadãos preocupados com suas liberdades civis.

"Estas manifestações estão a ser usadas por pessoas que só querem uma coisa: revoltar-se", afirmou Hubert Bruls, presidente da câmara da cidade de Nijmegen e líder de um grupo de organizações de segurança local.

A polícia de Amesterdão deteve, no domingo, 190 pessoas nos confrontos que resultaram de uma manifestação proibida, enquanto a polícia de Eindhoven avançou hoje já ter detido 62 suspeitos de violência e ter lançado uma investigação em grande escala para identificar e deter mais.

Na cidade de Enschede, no leste do país, os agitadores atiraram pedras às janelas de um hospital e, na noite de sábado, jovens da vila de pescadores de Urk incendiaram um edifício de realização de testes de coronavírus.

A polícia da província de Limburg, no sul dos Países Baixos, enviou agentes militares como reforços para controlar as duas cidades.

"Não há absolutamente qualquer desculpa", sublinhou a ministra para a Cooperação e Desenvolvimento, Sigrid Kaag, à televisão holandesa.

"Isto é violência e espero que a polícia apanhe todas as pessoas e haja punições pesadas", concluiu.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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