Adaptação às alterações climáticas é "uma questão de sobrevivência"

O primeiro-ministro holandês demissionário sublinhou hoje que a Cimeira de Adaptação Climática deverá "estabelecer um caminho" para adaptar o mundo a um clima em mudança, alertando que a adaptação é também "uma questão de sobrevivência".

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© Niels Wenstedt/BSR Agency/Getty Images

Lusa
25/01/2021 17:29 ‧ 25/01/2021 por Lusa

Mundo

Mark Rutte

"As alterações climáticas estão a acontecer agora, enquanto falamos. As suas consequências sociais e económicas já estão a afetar as vidas de centenas de milhões de pessoas. Como lutamos contra a covid-19 em todo o mundo, temos de agir contra as alterações climáticas, porque se não nos adaptarmos as consequências serão desastrosas", advertiu Mark Rutte.

Uma forte redução da agricultura em todo o mundo, um significativo crescimento da quantidade de populações sem acesso a água potável, o aumento do nível do mar e tempestades mais fortes, a deslocação de centenas de milhares de pessoas de cidades costeiras foram alguns dos efeitos referidos pelo governante.

"Se não agirmos, mais de 100 milhões de pessoas nos países desenvolvidos poderão ficar abaixo do limiar da pobreza até 2030", adiantou Rutte, pedindo para se aproveitar a cimeira para colocar "o planeta em movimento, para acelerar a adaptação e a resiliência em todo o mundo".

Para os Países Baixos, um país pequeno e densamente povoado, a adaptação às alterações climáticas é"uma questão de pura sobrevivência", porque grande parte do território está abaixo do nível do mar, assinalou.

"Atingimos o limite que a natureza e o meio ambiente podem enfrentar, por isso continuar como sempre não é uma opção para o meu país, nem para muitos outros", disse o dirigente holandês na abertura da cimeira, que o seu país organiza.

Assegurou que na cimeira serão discutidas "ações" práticas, considerando-a "uma excelente oportunidade" para os países debaterem como podem "recuperar, mais fortes e em conjunto" da crise climática e proteger os ecossistemas das consequências do aquecimento global.

Investir na adaptação climática é "correto e inteligente" porque existe "uma boa relação qualidade-preço", disse ainda Rutte.

O primeiro-ministro demissionário dos Países Baixos considerou que "faz sentido colocar a adaptação no centro da resposta à covid-19, já que a recuperação económica será mais resistente e eficaz com a adaptação climática incorporada" nas políticas a aplicar durante e depois da pandemia.

Esta cimeira, na qual devem participar o Presidente francês, Emmanuel Macron, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, através de videoconferência, é a primeira a concentrar-se nos efeitos das alterações climáticas, segundo os organizadores.

As anteriores foram dedicadas principalmente ao combate às causas do fenómeno, nomeadamente as emissões.

O objetivo é reduzir a vulnerabilidade dos países face ao aumento do nível do mar, às condições meteorológicas extremas e à escassez de alimentos.

Leia Também: Polícia e manifestantes em confronto na Holanda devido ao confinamento

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