Marcelo Rebelo de Sousa visitou, esta terça-feira, ao lado de António Costa e da ministra da Saúde, Marta Temido, o Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, que tem estado a alargar a sua capacidade de acolhimento de doentes com Covid-19, para 197 camas de enfermaria e 15 de cuidados intensivos, já parcialmente ocupadas.
Depois do primeiro-ministro ter classificado como "essencial" o serviço prestado pelas Forças Armadas portuguesas, Marcelo Rebelo de Sousa reforçou o elogio.
"Estamos aqui hoje, Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, primeiro-ministro, Governo e Forças Armadas, para mostrar que se trata de um combate de todos, em total união. Todos unidos com o mesmo objetivo e naturalmente, nesse objetivo entram todos os portugueses", começou por explicar naquele que foi o primeiro de três pontos.
A segunda ideia é de "orgulho e gratidão", acrescentou o chefe de Estado, referindo que "em tempo de pandemia tem sido extraordinário" o papel das nossas Forças Armadas.
Por fim, Marcelo Rebelo de Sousa alertou que este não pode ser apenas "um combate do poder público e das Forças Armadas, tem de ser de todos os portugueses". "Estamos em semanas que representam batalhas determinantes neste combate. Esta semana, a próxima e as semanas que se seguem são determinantes no objetivo de conter e começar a inverter uma tendência", vincou.
Questionado sobre as medidas adotadas recentemente, o Presidente da República sublinhou que "será preciso tempo para ver efeitos das medidas" e admitiu, sem avançar uma data, que a próxima reunião do Infarmed "deverá decorrer quando os dados disponíveis permitam avaliar não apenas as medidas relativas às escolas mas outras medidas no quadro de um confinamento que se quer levado a sério".
Só aí, acrescentou, será possível olhar para o futuro e tomar ou não as decisões que ao Governo compete. "Neste momento, três dias depois de tomadas as últimas medidas, todos compreenderão que não haja dados que possam autorizar nem a avaliação nem o retirar de conclusões", explicou.
"Não há, neste instante, razão que determine uma ideia de alarme social"
Questionado sobre a notícia avançada pelo Jornal Económico, que diz que Espanha é um dos países que está a ser equacionado para enviar doentes portugueses, e sobre quando é que o país pondera tomar essa atitude, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que "há disponibilidade de países amigos para ajudar", mas reforçou que, dos dados que conhece, "não há, neste instante, razão que determine uma ideia de alarme social quanto à necessidade de recursos a ajuda internacional".
Marta Temido admitiu ontem, em entrevista à RTP, que o Governo está a "acionar todos os mecanismos" à sua disposição a nível internacional e não exclui a hipótese de enviar doentes com Covid-19 para o estrangeiro, estratégia que chegou a ser utilizada por outros países europeus durante a primeira vaga, apontando contudo que "geograficamente" a situação é difícil.
"Estamos num extremo de uma península e, portanto, com maiores constrangimentos geográficos, mas de qualquer forma, há mecanismos e há formas de obter auxílio e de enquadrar formas de colaboração e, naturalmente, que as estamos a equacionar", admitiu Marta Temido, ao considerar que é preciso ter a "consciência de que a situação europeia é toda ela preocupante".
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