Comissão Africana pede mesmas "oportunidades" no acesso à vacina

O presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, afirmou hoje, na Praia, que os países africanos devem ter as mesmas "oportunidades" no acesso à vacinação contra a covid-19, esperando "solidariedade" dos países ocidentais.

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Lusa
26/01/2021 15:32 ‧ 26/01/2021 por Lusa

Mundo

Covid-19

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do Chade, que está em final de mandato e é recandidato ao cargo nas eleições de fevereiro, visitou hoje o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, elogiando o combate das autoridades locais à pandemia, que "está bem controlada" no arquipélago.

Acrescentou que está prevista para quarta-feira uma reunião envolvendo a conferência de chefes de Estado da União Africana com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Nações Unidas e África CDC para avaliar o processo de vacinação contra a covid-19 no continente africano e disponibilidades da vacina.

"Estamos a afinar estes processos para podermos, nós próprios, começar a vacinação", afirmou Mahamat, em declarações aos jornalistas no final do encontro com o chefe de Estado de Cabo Verde, a quem pediu o apoio para a reeleição no cargo de presidente da Comissão da União Africana, o cargo executivo mais importante da organização.

Sublinhou que o acesso à vacina "é uma necessidade" também para África e que o continente deve ter as mesmas "oportunidades" de pôr fim à pandemia, alertando para a "perigosidade" do "nacionalismo" em torno do acesso às vacinas.

Questionado pela Lusa sobre o que os países africanos devem esperar dos países ocidentais, que já têm em curso planos de vacinação da população, Moussa Faki Mahamat foi perentório: "Solidariedade, apenas".

"Esta pandemia, que atingiu todo o mundo, provou que não podemos só vacinar uma parte e deixar outra", afirmou, sublinhando que é uma "necessidade absoluta" que a vacina "fique disponível para todos".

De acordo com os dados apresentados por Mahamat aos jornalistas, para uma população superior a mil milhões de pessoas, 20% das necessidades de doses de vacinas do continente africano serão garantidas através da plataforma internacional Covax, promovida pela OMS e pela Aliança para as Vacinas, entre outras organizações.

Além disso, uma equipa de negociação da União Africana reservou junto dos fabricantes Pfizer, AstraZeneca e Johnson & Johnson a aquisição de 270 milhões de doses para serem colocadas à disposição dos Estados-membros. Acrescentou que também estão a ser negociadas compras de doses da vacina diretamente entre os Estados-membros e indústria farmacêutica, com o African Export Import Bank (Afreximbank) disponível para assegurar financiamento para essas operações.

África regista um total de 85.883 mortos e 3.455.328 infetados com o novo coronavírus, de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC).

Leia Também: Violência. Mais de 84 mil refugiados e 100 mil deslocados na RCA

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